Camozzato explica ação contra o governo federal e defende resgate de princípios do Novo

Em entrevista ao programa Agora, deputado disse que espera diálogo entre os governos federal e estadual em torno da perda com arrecadação de ICMS

Felipe Camozzato | Foto: CMPA

Deputado estadual eleito pelo partido Novo, Felipe Camozzato esteve no programa Agora, da Rádio Guaíba, na manhã desta sexta-feira. O parlamentar explicou por que moveu uma ação judicial contra o governo federal, reafirmou apoio à adesão do Rio Grande do Sul ao Regime de Recuperação Fiscal e comentou o que espera do futuro da sigla, já projetando as próximas eleições.

Camozzatto disse ter denunciado o governo federal à Justiça na condição de cidadão, e não de parlamentar. De acordo com ele, a administração federal vinha usando redes oficiais para fazer promoção pessoal do presidente Lula e de outros integrantes do governo.

“Canais oficiais, das redes sociais do Planalto, da Secom, do próprio governo federal estavam se utilizando de expressões e nomenclaturas personalistas com relação ao presidente Lula, o governo Lula, com tons elogiosos, partidários e com alguns trechos que inclusive se parecem com expressões de campanha. E isso é completamente vedado”, enfatiza.

ICMS e renegociação

O deputado disse, ainda, que uma das prioridades do mandato é impedir que o cidadão gaúcho arque com os custos da queda de receita decorrente do corte de impostos promovido, no ano passado, pela gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. O Rio Grande do Sul, que sofreu com a queda de arrecadação de ICMS, busca finalizar o processo de renegociação do Regime de Recuperação Fiscal.

Horas antes de o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter anunciado acordo com os Estados para a compensação das perdas, Camozzatto cobrou criatividade do governo Eduardo Leite em meio a esse processo, mas reconheceu que o diálogo com o governo federal tende a ser mais facilitado, daqui pra frente.

Novo

Com relação ao futuro do partido Novo, Camozzatto defende recuperar os princípios que motivaram a criação da legenda e resgatar a confiança do eleitorado, perdida, na visão dele, em razão de atitudes do ex-presidente nacional, João Amoedo, desfiliado recentemente, após as eleições de 2022.

“Causa uma dificuldade para a própria instituição poder comunicar para o eleitor, afinal de contas, onde o Novo está, o que o Novo defende? E quando Amoedo chega ao ápice de declarar voto no Lula então aí sim que abre esse processo na Comissão de Ética do partido, cria-se um ponto de não-retorno e logicamente o caminho é a desfiliação, mas depois de um grande dano reputacional à instituição. Agora nós temos que recuperar isso”, finalizou.