Um projeto de lei apresentado ao Senado pode dificultar a nomeação da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) ao Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), o Banco dos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A proposta do senador Rogério Marinho (PL-RN) quer exigir que os indicados brasileiros aos cargos de presidência e direção de instituições financeiras internacionais sejam aprovados no Senado.
“É preciso que o Senado analise o espectro amplo das aptidões para o cargo, sobretudo por ser também a Casa responsável por autorizar operações externas de natureza financeira”, afirmou Marinho. “Nossa proposta é que o indicado tenha reputação ilibada e notória capacidade em assuntos econômico-financeiros, com mais de dez anos de experiência”, acrescentou.
O senador também argumenta que a prática ocorre nas indicações de diretores e presidentes de agências reguladoras e também para cargos de embaixadores em missões diplomáticas no exterior. “Ou seja, tem-se em conta que são situações em que o interesse nacional já é escrutinado e validado, não apenas por um interesse de ocasião do Poder Executivo, mas do Estado brasileiro.”
Se for confirmada como nova presidente do NDB, Dilma pode ter um salário de cerca de R$ 290 mil. Desde o início do mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem articulado a renúncia do atual presidente do NBD, Marcos Troyjo, sem que ele termine o mandato, que vai até 2025.
Troyjo foi nomeado para a liderança do NBD em 2020, pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Na época, ele atuava como secretário especial de Comércio Exterior e Assuntos Internacionais do Ministério da Economia, chefiado pelo então ministro Paulo Guedes.
O petista tem viagem marcada a Pequim, na China, sede do NBD, na segunda quinzena de março e há a expectativa de que Dilma integre a comitiva. Já o projeto de lei precisa passar por comissões e pelo plenário do Congresso.