A Petrobras registrou lucro líquido recorde de R$ 188,3 bilhões em 2022, alta de 77% comparado com o ano anterior, principalmente devido à alta dos preços do petróleo Brent, melhor resultado financeiro e ganhos com acordos de coparticipação em campos da cessão onerosa. O lucro líquido no quarto trimestre de 2022 foi de R$ 43,3 bilhões, número 15% acima dos R$ 37,6 bilhões esperados pelo mercado e 37,6% superior ao mesmo período de 2021.
Entretanto, na comparação com o trimestre anterior houve uma queda do lucro de cerca de 6% (R$ 46,1 bilhões). A receita líquida da Petrobras atingiu R$ 158,579 bilhões, alta de 18,2% na comparação ano a ano. Na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, houve um recuo de 6,8%.
No comunicado, a estatal argumenta que o resultado é explicado pela desvalorização do petróleo tipo brent, menores margens de derivados, crescimento das despesas com impairment (redução do valor contável de um ativo), “parcialmente compensado pelos ganhos com acordos de coparticipação nos campos de Sépia, Atapu e Búzios e pela valorização do real frente ao dólar, gerando um resultado financeiro favorável para a Petrobras”.
A empresa informou que a receita com a venda de derivados atingiu R$ 99,2 bilhões no quarto trimestre, 21,3% acima do registrado no mesmo período de 2021. As exportações da companhia foram de R$ 36,1 bilhões, alta de 20,1% contra o quarto trimestre de 2021. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização ajustado ficou em R$ 73,1 bilhões, 16,1% frente ao mesmo período de 2021.
O lucro bruto da Petrobras foi de R$ 76,637 bilhões entre outubro e dezembro do ano passado, alta de 29,8% em relação ao mesmo período de 2021. O resultado financeiro líquido do período foi positivo em R$ 1,5 bilhão, ante um resultado negativo de R$ 8,0 bilhões no trimestre anterior, resultado da valorização do dólar. Em 31 de dezembro de 2022, a dívida líquida da companhia era de US$ 41,516 bilhões, uma redução de 12,8% na comparação com a mesma etapa de 2021.
DIVIDENDOS
O Conselho de Administração da Petrobras autorizou, por maioria, o encaminhamento à Assembleia Geral de Acionistas, prevista para 27 de abril, a proposta de distribuição de dividendos equivalentes a R$ 2,7 brutos por ação preferencial e ordinária em circulação. Com isso, os dividendos totalizam R$ 35,7 bilhões no período, somando R$ 215,7 bilhões em 2022, e há uma proposta de pagamento em duas parcelas iguais nos meses de maio e junho.
Os papéis da estatal tiveram dias conturbados nessa semana, com a reoneração de combustíveis, impostos sobre exportação de petróleo e novos rumores sobre mudanças na política de pagamento de proventos da estatal.
