Após conversa com Zelenski, Lula fala que “guerra não pode interessar a ninguém”

Diálogo entre os dois presidentes havia sido acertado no mês passado; Lula defende negociações para fim do conflito

Foto: ABr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) conversou, na tarde desta quinta-feira, com Volodymyr Zelenski, presidente da Ucrânia. É a primeira vez que os dois chefes de Estado conseguem dialogar desde o início da guerra no Leste Europeu, que completou um ano no fim de fevereiro.

“Tive uma reunião por vídeo agora com o presidente da Ucrânia. Reafirmei o desejo do Brasil de conversar com outros países e participar de qualquer iniciativa em torno da construção da paz e do diálogo. A guerra não pode interessar a ninguém”, escreveu em redes sociais o presidente brasileiro.

A ligação entre Lula e Zelenski havia sido acertada em fevereiro pelo ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba. Lula e Vladimir Putin, presidente da Rússia, se falaram por telefone em dezembro do ano passado.

Também nesta quinta, Zelenski conversou com o presidente da Suíça, Alain Berset. “Tive minha primeira ligação com o presidente da Suíça. Agradeço pelo pacote de apoio de CHF 114 milhões. Discutimos projetos conjuntos, em que ambos os países têm interesse e também dedicamos tempo para ações práticas de implementação da Fórmula da Paz”, publicou Zelenski.

Embora Lula reconheça que a Rússia é a principal culpada, ele já chegou a dizer que o presidente ucraniano é tão responsável pela guerra quanto Putin.

No início deste ano, o Palácio do Planalto chegou a ser consultado sobre a possibilidade de o Brasil disponibilizar munições de tanques de guerra à Ucrânia, mas Lula recusou enviar o armamento por entender que, dessa forma, admitia participação na guerra, mesmo que de forma indireta.

O presidente brasileiro defende a criação de uma organização de nações para mediar o conflito e tentar dar fim à guerra. Segundo Lula, ele já apresentou a ideia ao presidente da França, Emmanuel Macron, ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e ao primeiro-ministro da Alemanha, Olaf Scholz.