A defesa do ex-secretário de Segurança Pública do DF e ex-ministro da Justiça Anderson Torres pediu ao Supremo Tribunal Federal para que ele fique em silêncio ou não seja obrigado a comparecer à CPI da Câmara Legislativa que apura os atos extremistas de 8 de janeiro. O depoimento está previsto para 9 de março.
Segundo a defesa, não existe interesse em falar sobre o tema. “Apesar de o investigado possuir ampla e incondicional disposição de esclarecer os fatos que vêm sendo indevidamente imputados em seu desfavor, já se desincumbiu dessa missão quando, por mais de dez horas, prestou depoimento nestes autos de inquérito”, disse a defesa.
Os advogados dizem ainda que o inquérito sobre o ex-ministro não está sob sigilo, o que dá acesso livremente aos parlamentares da Câmara Legislativa do Distrito Federal. “O investigado não tem se negado a contribuir com a Justiça, somente passou a gozar férias – há muito planejadas e custeadas – após a completa organização da segurança para o evento de 8 de janeiro e a efetiva transferência das suas funções para o seu substituto legal”, disseram.
Na última terça-feira, a Câmara Legislativa do Distrito Federal pediu ao ministro Alexandre de Moraes a liberação do ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal Anderson Torres para a realização da oitiva. Na quarta-feira, o ministro Alexandre de Moraes manteve a prisão do ex-secretário.
O ministro seguiu entendimento da Procuradoria-Geral da República. Segundo a PGR, não houve nenhuma modificação da situação desde a decisão que determinou a prisão preventiva. Moraes citou ainda que o relatório feito pelo interventor Ricardo Capelli mostrou que “houve uma operação estruturada de sabotagem comandada pelo ex-ministro”, o que facilitou os ataques às sedes dos Três Poderes.