O indicador antecedente da Boa Vista de Movimento do Comércio, que acompanha o desempenho das vendas no varejo em todo território nacional, apontou elevação de 1,2% entre os meses de dezembro de 2022 e janeiro de 2023. O indicador somou o quarto avanço consecutivo nesta base de comparação e na comparação do trimestre móvel finalizado em janeiro com o trimestre imediatamente anterior (com fim em outubro) houve elevação de 2,0%.
O resultado coloca a média móvel dos últimos três meses num patamar 2,1% maior em relação à média observada entre os meses de novembro de 2021 e janeiro de 2022, lembrando que em novembro e dezembro do ano passado também foram observadas altas na comparação interanual, no caso, mais intensas, de 3,6% e 1,4%, respectivamente.
Na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, a curva se manteve, por ora, numa trajetória de crescimento acelerado, passando de 1,3% para 1,5% entre os meses de dezembro e janeiro.
“Os resultados positivos de agora não deixam para trás os obstáculos que o setor deve ter pela frente. Este será mais um ano de inflação e juros altos, como foi em 2022, e também é esperada uma desaceleração mais contundente do crédito em função dos maiores riscos, não só da parte do consumidor. Lembrando que a taxa de inadimplência subiu bastante no ano passado, mas também de parte das empresas, que podem daqui em diante se deparar com um mercado de crédito mais rígido. Somados esses fatores ao cenário macroeconômico, que não é favorável no momento, é mais provável que a curva de longo prazo do indicador entre numa tendência de desaceleração em breve. Ela pode, inclusive, como no ano passado, oscilar entre números positivos e negativos, mas a expectativa é de mais uma alta em 2023, mesmo que inferior ao crescimento observado em 2022”, diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife”