Em mais uma reunião de conciliação, nesta terça, na 18ª Vara da Justiça do Trabalho, em Porto Alegre, a Aegea, empresa que arrematou a Corsan em leilão no mês de dezembro, entregou uma contraproposta ao Sindiágua/RS, que representa os trabalhadores em indústrias de purificação de água e serviços de esgotamento no Rio Grande do Sul. No encontro anterior, a entidade havia proposto à empresa estabilidade de dois anos e manutenção do plano de cargos e salários, entre outras ações.
“A Aegea ofereceu garantia de emprego por seis meses, mas a juíza sugeriu aumentar para oito e a empresa topou. Além disso, ficou estabelecido na proposta dez meses de manutenção do plano de benefícios”, explicou o presidente do Sindiágua, Arilson Wünsch. A juíza Lígia Maria Fialho Belmonte, titular da 18ª Vara do Tribunal Regional do Trabalho (TRT-4), havia agendado ainda outra reunião de conciliação, para 3 de março, que não vai mais ocorrer. Nesse mesmo dia, o sindicato reúne a categoria, em assembleia geral, para debater a oferta mais recente da empresa.
“Os colegas vão decidir qual o rumo que vamos tomar. Vamos ler as mais de 70 mil páginas e analisar se os trabalhadores vão aceitar”, afirmou Wünsch.
O Sindiágua/RS ganhou prazo até segunda-feira, dia 6, ao meio-dia, para apresentar à Justiça o resultado da assembleia. “Se a categoria não aceitar a proposta, vamos continuar negociando porque são quase 10 mil famílias, entre ativos e aposentados da Corsan, e temos que respeitar os direitos dos nossos associados”, acrescentou o dirigente sindical.
O represante da Aegea, Benoni Rossi, do RMMG Advogados, já revelou que a vontade da empresa é de que as negociações avancem. Sobre a sugestão da juíza, o Consórcio Aegea afirmou, em nota, que “deu o aceite na hora, diante da Juíza e do sindicato – mostrando sua disposição de valorização das pessoas e de dar continuidade ao projeto de universalização do tratamento de água e esgoto dentro dos prazos estabelecidos pelo Marco Legal [do Saneamento]“.
Dias atrás, o Sindiágua/RS ingressou com ação popular junto à 5ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre buscando anular toda a operação de privatização da Corsan. No leilão realizado em 20 de dezembro, na B3, em São Paulo, o Grupo Aegea arrematou a companhia pelo valor de R$ 4,151 bilhões, com ágio de 1,15% em relação ao mínimo estipulado no edital.