O fim da desoneração dos impostos federais sobre o preço da gasolina e do etanol, previsto para esta terça-feira, 28, marca as atenções do mercado de combustíveis neste início de semana. Na última sexta-feira, o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) esteve reunido com o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates. Interlocutores apontam que o cenário de preços dos produtos e a política da estatal esteve na pauta do encontro, justificando a apreensão e a queda de braço entre a área política do governo, que defende uma ampliação do prazo de desoneração, e a equipe econômica, ansiosa pela volta da cobrança dos impostos federais.
O governo Federal ainda não tomou nenhuma decisão sobre qual caminho seguir. Uma nova reunião está prevista para esta segunda-feira, 27, quando devem participar outros ministros da cúpula, como Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais).
Em meio a isso, a consultoria StoneX calcula que o diesel da Petrobras estava 8,4% acima da paridade, com possibilidade de um corte de R$ 0,34 em média no litro. Já a gasolina estava 7,9% mais cara do que no mercado externo, com espaço para uma queda de R$ 0,26 no litro em média. Já a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom) estimava que o diesel vendido pela estatal estava 8% mais caro do que no exterior, com possibilidade de redução média de R$ 0,28 no litro. Para a gasolina, a Abicom calculava uma diferença de 6% em relação à paridade, com possibilidade de um corte de R$ 0,20 no litro desse combustível pela Petrobras.
O preço dos combustíveis é calculado pela Política de Preços de Paridade de Importação (PPI), que vincula o valor do petróleo ao mercado internacional, tendo como referência o valor do barril tipo brent. Desde 2016, o preço internacional do petróleo e a cotação do dólar influenciam diretamente na composição dos preços da companhia.