Agência dos EUA reforça tese de que Covid provavelmente surgiu após vazamento em laboratório chinês

Comunidade científica considera crucial determinar as origens da pandemia para combater e evitar a próxima

Foto: Warley de Andrade/TV Brasil

O Departamento de Energia dos Estados Unidos acredita que a pandemia de coronavírus surgiu, provavelmente, após um vazamento em um laboratório chinês, mas a Casa Branca afirmou nesse domingo que o serviço de Inteligência americano ainda se divide sobre o tema.

A afirmação – que consta de um relatório considerado confidencial pela diretora Nacional de Inteligência, Avril Haines – representa uma mudança de postura do Departamento de Energia, que antes se mantinha indeciso sobre a origem do vírus.

Citadas pelos jornais The Wall Street Journal e The New York Times, pessoas que tiveram acesso ao relatório confidencial dizem que o departamento finalizou o julgamento com “baixa confiança”, ressaltando como as diferentes agências americanas permanecem divididas sobre as origens da Covid-19, a pandemia que abalou o mundo no início de 2020.

Supostamente resultado de novas informações de Inteligência, a conclusão é significativa porque o Departamento de Energia supervisiona uma rede de laboratórios, incluindo alguns que fazem pesquisa biológica avançada.

Dessa maneira, o Departamento de Energia se une ao FBI (Polícia Federal americana), ao acreditar que a pandemia, que deixou quase sete milhões de mortos no mundo, resultou de um acidente em um laboratório na China.

Quatro agências de Inteligência americanas entendem que a Covid surgiu por transmissão natural, enquanto outras duas permanecem indecisas, segundo o WSJ.

Hoje, a China rejeitou, de maneira veemente, a hipótese do Departamento de Energia dos Estados Unidos e pediu aos envolvidos que “parem de difamar a China e parem de politizar a questão do rastreamento de origem”.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que não recebeu qualquer informação sobre as investigações do Departamento de Energia e que continua examinando “todas as evidências científicas disponíveis”, disse seu porta-voz, Tarik Jasarevic, à Agência France Presse (AFP).

“Instamos à China e à comunidade científica a realizarem os estudos necessários” para determinar a origem do vírus, acrescentou. “Até que tenhamos mais evidências, todas as hipóteses estão sobre a mesa”, completou.

Há algumas semanas, a OMS prometeu fazer todo o possível “até encontrar uma resposta” sobre a origem da Covid, ao mesmo tempo em que negou as informações que sugeriam ter abandonado a investigação.

A comunidade científica considera crucial determinar as origens da pandemia para combater, e inclusive evitar, a próxima.