Demanda por Crédito do Consumidor avança 0,6% em janeiro, diz Boa Vista

No acumulado em 12 meses o indicador aponta alta de 3,8%

Foto: Marcos Santos / USP Imagens / CP

O indicador da Boa Vista de Demanda por Crédito do Consumidor registrou o quarto avanço mensal consecutivo, desta vez, de 0,6% entre os meses de dezembro e janeiro. Também foi observado aumento de 3,2% no trimestre encerrado em janeiro, em comparação ao trimestre imediatamente anterior, de agosto a outubro de 2022.

Na série de dados originais, a alta de 7,2% observada na comparação interanual não foi capaz de reverter a trajetória de desaceleração do indicador na análise de longo prazo, medida pela variação acumulada em 12 meses, que passou de 4,5% em dezembro para 3,8% em janeiro. Naturalmente o ritmo de antes está perdendo força, lembrando que em janeiro do ano passado a demanda havia crescido 16,2% em comparação ao mês de janeiro de 2021.

SEGMENTOS

No mês a alta veio da abertura referente ao segmento “Financeiro”, que subiu 1,4%, enquanto o segmento “Não Financeiro” apresentou estabilidade. Já no trimestre móvel ambos apresentaram elevação, o “Financeiro” de 5,2% e o “Não Financeiro” de 1,9%.

Na análise de longo prazo o crescimento no segmento “Financeiro” continua em desaceleração. Após ter encerrado 2022 com crescimento de 15,8%, com os dados de janeiro essa taxa de crescimento recuou para 15,5%. Já no segmento “Não Financeiro” tem sido percebida uma aceleração da tendência de queda, que passou de -3,0% em dezembro para -4,0% em janeiro.

“A perda de ritmo na demanda está ficando mais clara agora, a diferença de magnitude das comparações interanuais nos mostram isso. O risco deve fazer com que as restrições aumentem, de modo que parece improvável uma reversão dessa tendência no curto prazo. A inadimplência subiu consideravelmente no ano passado e parece haver espaço para um novo aumento, embora isso possa mudar artificialmente como resultado do programa federal de renegociação de dívidas, o ‘Desenrola’. A experiência recente mostrou que o efeito positivo de medidas como esta se dissipa rápido, então, a demanda por crédito deveria ser mais cautelosa agora, assim como a concessão tende a ser” diz o economista da Boa Vista, Flávio Calife.