O centro de baixa pressão que trouxe chuva excessiva em SP, provocando mortes e cenários catastróficos, avança para o Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, segundo informações do meteorologista da MetSul, Luiz Fernando Nachtigall. No RS, a chance de a precipitação ser intensa, mas ela não irá afetar todo o Estado e muitos municípios não devem ter registros de chuva neste começo de semana.
A precipitação no Rio Grande do Sul deve atingir nesta segunda-feira e terça-feira mais setores das Metades Norte e Leste, sobretudo mais ao Norte e o Nordeste gaúcho, o que inclui a Serra e o Litoral Norte. Conforme a MetSul, não há um consenso sobre os volumes de chuva que devem ser observados no RS. O modelo meteorológico alemão Icon, por exemplo, não indica acumulados de precipitação mais significativos e que inspirem preocupação na Região Sul. Pode até chover forte em algumas áreas, mas o modelo não indica acumulados extremos.
Projeção que traz preocupação, segundo a MetSul, é a do modelo de alta resolução, o WRF de 3 km, o que melhor identificou os acumulados excepcionais de 500 mm a 700 mm no litoral paulista. Pela sua maior resolução e capacidade de identificar chuva volumosa isolada pela topografia do terreno, o WRF indica a possibilidade de chuva isoladamente volumosa (acima de 100 mm) em pontos mais ao Norte do Litoral gaúcho e das costas de Santa Catarina e do Paraná com marcas excessivas (acima de 200 mm).
A possibilidade de chover muito forte a intensamente é reforçada pela característica da chuva que se espera, de natureza orográfica. Os ventos úmidos que soprarão do mar, e o Atlântico está muito aquecido junto ao Sul do Brasil com maior disponibilidade de umidade, ao encontrarem a Serra do Mar na costa catarinense podem gerar acumulados isoladamente extremos.
Com isso, a MetSul acautela sobre o risco de alagamentos e inundações repentinas por períodos de chuva forte a intensa entre esta segunda e a terça-feira. Adverte ainda que não se pode afastar o risco de deslizamentos de terra e quedas de barreiras em rodovias no Sul e no Leste de Santa Catarina.
A MetSul enfatiza que não antecipa que os volumes sejam tão altos quanto os registrados em São Paulo. O que ocorreu no litoral paulista foi extraordinário e acumulados perto de 700 mm em 24 horas não possuem precedentes documentados no Brasil.