O Corpo de Bombeiros Militar trabalha para localizar três pessoas que teriam desaparecido após a queda da ponte pênsil que liga Torres, no litoral Norte gaúcho, até Passo de Torres, em Santa Catarina. Por volta das 2h30min da madrugada desta segunda-feira, a estrutura, cuja a extensão é de cerca de 80 metros, desabou após rompimento de cabos de aço de sustentação.
Presente no local de buscas, o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar (CBMRS), coronel Eduardo Estevam Camargo Rodrigues, detalhou como os trabalhos, que contam com apoio de militares catarinenses, estão sendo realizados.
“Esses relatos de pessoas possivelmente desaparecidas, temos todo o cuidado para não trazermos informações inverídicas. Então, nós estamos fazendo todo o apanhado e levantamento necessário para realizar as buscas de uma forma técnica e pontual com as nossas guarnições tanto de mergulho quanto de superfície para ir procurar nos locais corretos de forma cirúrgica para gente otimizar os meios”.
O comandante dos bombeiros também destacou que 16 pessoas foram encaminhadas para hospitais e postos de saúde. Desse total,15 receberam atendimento no Pronto Atendimento e uma precisou ser encaminhada para o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes, em Torres. A assessoria de imprensa da prefeitura informou que todas as vítimas já foram liberadas.
Em entrevista ao programa Agora, da Rádio Guaíba, o prefeito Carlos Souza (PP), reforçou que as buscas no rio Mampituba seguem sendo realizadas.
“Estamos pecando pelo excesso, com mergulhadores. E tudo terminou, eu espero, da melhor maneiro, pois bem junto a ponte temos barcos de passeio. Por conta disso, quando a ponte caiu, as pessoas que estavam nestas embarcações jogaram centenas de coletes salva-vidas na água, o que acabou dando suporte para aquelas pessoas que não sabiam nadar”. O chefe do Executivo acredita que entre 30 e 40 pessoas possam ter caído da ponte que liga o Rio Grande do Sul a Santa Catarina.
Questionado se uma ocorrência policial na dispersão de uma festa de Carnaval em Passo de Torres possa ter motivado parte das pessoas a correr sobre a ponte, Carlos Souza reforça que a situação também está sendo apurada.
“Além do excesso de pessoas que estavam sobre a ponte, na dispersão desta festa há informações de que houve um confronto com a Polícia Militar de Santa Catarina. Na ocasião, teria ocorrido disparos de tiros. Em função disso, as pessoas que não estariam envolvidas neste tumulto podem ter corrido sobre a ponte para sair da confusão. Então, certamente, caso seja confirmado, isso pode ter contribuído para o rompimento do cabo”, detalhou.
Sobre a responsabilidade de manutenção e fiscalização da estrutura, o prefeito revelou que o tema gera dúvidas desde que a ponte foi inaugurada, em 1984.
“Agora fica aquela discussão, é de responsabilidade de Torres ou Passo de Tores? Eu entendo que se for observa deveria ser de competência do governo federal, já que o rio Mampituba é um rio federal. Mas nos nunca deixamos de fazer a manutenção. Até quero reforçar que esta ponte rompeu hoje e em 1984 durante a sua inauguração pelo mesmo motivo: excesso de pessoas sobre a estrutura. Na época, prefeito, padre e damais autoridades acabaram caindo na água”, relatou.
A Polícia Civil e o Institui-Geral de Perícias também estão no local para apurar as responsabilidades e confirmar o desaparecimento das pessoas, além do motivo da queda da estrutura, respectivamente.
Queda
Conforme o Corpo de Bombeiros Militar, a estrutura, que tem 80 metros de extensão, na metade desta madrugada, após o rompimento de cabos de aço de sustentação. Autoridades afirmam que a ponte tem capacidade para 20 pessoas, mas no momento em que ela desabou 100 pessoas estariam sobre ela.
As vítimas que passavam pela estrutura estavam retornado de uma festa de Carnaval do lado catarinense.