Um estudo divulgado nesta quinta-feira pelo governo do Estado e realizado pela consultoria norte-americana McKinsey & Company, mostrou que o RS tem grande potencial na produção de hidrogênio verde (H2V), matriz renovável cuja extração é feita da água, e com zero emissões de gases causadores do efeito estufa. Os resultados foram apresentados no Instituto Ling, em Porto Alegre, pelo governador Eduardo Leite, além dos secretários estaduais da Casa Civil, Artur Lemos Júnior, e Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, além de representantes da consultoria.
De acordo com a apresentação, o impacto potencial desta tecnologia no Rio Grande do Sul é de injeção de até R$ 62 bilhões no PIB, ou seja, mais 11% a partir do dado econômico de 2021, e geração de 41 mil empregos, ambos até o ano de 2040. Três principais cenários foram apresentados. O primeiro prevê mais R$ 3,7 bilhões, ou mais 1% do PIB, e 2 mil empregos a mais, caso o hidrogênio verde fosse utilizado apenas em refinarias, transporte ferroviário e cicloturbinas, consideradas aplicações de baixa complexidade.
Se utilizado em atividades de baixa e média complexidade, o que inclui, além dos itens anteriores, fertilizantes, metanol, aquecimento industrial, transporte marítimo e mistura de gás, o PIB gaúcho poderia crescer em R$ 33 bilhões, ou 6% sobre os valores mais atuais, e mais 25 mil empregos poderiam ser gerados. Já o terceiro cenário, com o máximo de vagas preenchidas e crescimento no PIB previstos pela consultoria, inclui o uso em todos os itens já citados, mais transporte rodoviário e veículos de passageiros, que são de alta complexidade.
O hidrogênio verde também pode reduzir as emissões de carbono do Rio Grande do Sul na atmosfera em 8,4 milhões de toneladas (MtCO2e) por ano até 2040. No total, 49% das fontes de consumo energético do RS podem ser impactadas pelas aplicações do hidrogênio verde, como indústria química, agricultura, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis. Dez localidades são favoráveis ao desenvolvimento da cadeia de H2V, iniciando por Rio Grande, no Sul gaúcho, onde há um memorando de entendimento assinado para construção de uma planta de produção.
“A novidade é que o Estado passa a ter um estudo técnico que respalda aquilo que temos mencionado, a oportunidade e competitividade do Rio Grande do Sul na produção de hidrogênio verde. Somos o primeiro Estado com um estudo produzido por uma das grandes consultorias do mundo, com ampla participação de especialistas e técnicos da iniciativa privada para respaldar estes números. Eles serão orientadores de ações do próprio governo na geração de ainda maior demanda interna e condições competitivas para este uso do hidrogênio verde”, disse o governador.
De acordo com Leite, se espera também gerar confiança nos investidores na aposta para esta tecnologia, que, nas palavras dele, “ajuda os municípios a promoverem ações de sustentabilidade e combate às mudanças climáticas”. “A partir de agora, utilizamos estes instrumentos para que se sintam respaldados com as informações que conseguimos coletar. Também estaremos gerando a demanda de um produto, o qual queremos promover a produção aqui no próprio Estado”, comentou ele.