O Conselho Monetário Nacional (CMN) se reúne nesta quinta-feira (16) pela primeira vez em 2023. Entre as funções do conselho está a definição da meta de inflação, fato que cercou o encontro de muita tensão com as críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à condução do presidente do Banco Central, no teto da inflação para o ano, na taxa de juros e na autonomia do Banco Central.
Rumores de que uma revisão da meta da inflação estaria na pauta dos debates impactou o humor dos investidores durante esta semana, com reflexos nos desempenhos da bolsa de valores e da cotação do dólar no mercado interno. Entretanto, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, descartou que revisão da meta da inflação esteja na pauta do encontro.
Para este ano, o CMN prevê uma inflação medida pelo IPCA de 3,25%, podendo variar 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo para o cumprimento da estimativa. O encontro terá a presença do ministro Haddad, da ministra do Planejamento, Simone Tebet, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Ex-presidentes do Banco Central tem se esforçado em justificar que estas estimativas não influenciam em decisões do dia a dia da economia pois os agentes econômicos já têm suas estimativas. O sistema de metas para a inflação foi adotado pelo país em 1999, e consideram previsibilidade com até três anos de antecedência, usando como referência o IPCA, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo.
Mas também há, no sistema produtivo, uma preocupação com a alta taxa de juros praticada no país. Mas, segundo especialistas, se a Selic ficar alta por muito tempo, pode levar a uma desaceleração da economia. A taxa Selic hoje é de 13,75% ao ano, o maior patamar em seis anos.