A região Sul tem a o maior percentual, 66,9%, de trabalhadores que consideram a perda do principal emprego ou da fonte de renda muito improvável ou improvável. Já as regiões Norte e Nordeste têm os maiores percentuais de trabalhadores inseguros quanto a manutenção do emprego e da renda. A conclusão é de uma pesquisa Sondagem do Mercado de Trabalho divulgada nesta quarta-feira (15) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), que reúne estatísticas apuradas em diferentes meses do segundo semestre de 2022.
Segundo o levantamento, no Norte e Nordeste, mais da metade dos trabalhadores entrevistados respondeu que considerava provável ou muito provável a perda do principal emprego ou da fonte de renda no período dos 12 meses seguintes. São as duas únicas regiões em que a proporção de inseguros ultrapassou os 50%: 55,2% no Norte e de 50,2% no Nordeste.
De acordo com a pesquisa, a menor fatia de profissionais inseguros quanto à manutenção do emprego e da renda foi registrada no Sul (33,1%), comparado com o Sudeste (37,9%) e Centro-Oeste (38,5%). Em termos gerais, o percentual de insegurança foi de 41,3% no Brasil.
Aqueles que consideram a perda do principal emprego ou da fonte de renda muito improvável ou improvável chegou a 62,1% no Sudeste (62,1%), superando o Centro-Oeste (61,5%), Nordeste (49,8%) e Norte (44,8%). No Brasil, esse percentual foi de 58,7%.
“Esse resultado pode ter ligação com dois fatores muito importantes: são regiões onde a renda média é mais baixa, o que naturalmente já adiciona incerteza; e onde se encontram os maiores percentuais de trabalhadores em atividades informais, normalmente associadas a ocupações com menor estabilidade e maior risco”, afirmou o FGV Ibre.
DIFICULDADE DE SUSTENTO
Segundo o estudo, em caso de perda da principal fonte de emprego ou renda, somente 22,5% dos trabalhadores ocupados do Norte e 26,6% do Nordeste conseguiriam se sustentar por mais de três meses. No Sudeste, esse percentual chegou a 38,8%, seguido por Centro-Oeste (33,7%) e Sul (31,7%). No Brasil, a proporção de ocupados com condições de sustento por mais de três meses, em caso de perda do emprego, foi de 33,5%.
Outro dado da sondagem, apurado em agosto, mostrou que 83,5% dos trabalhadores do Sul estavam satisfeitos ou muito satisfeitos com o próprio trabalho. É o maior nível de satisfação da pesquisa, seguido pelo percentual do Nordeste (77,5%). A média brasileira foi de 72,2%.