Defesa Civil salienta respostas à seca após mais de 300 decretos de situação de emergência no RS

Número de municípios com protocolos ativos ultrapassou marca nesta quarta-feira

Foto: Luiz Henrique Magnante / Embrapa / Divulgação

Um total de 306 municípios do Rio Grande do Sul havia encaminhado, ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), até a metade da tarde desta quarta-feira, notificações de situação de emergência. O número representa cerca de 63% do total de 497 cidades. Em 2022, a estiagem deixou 336 em emergência até o fim do verão.

A falta de chuva, que persiste desde dezembro, continua assolando o Rio Grande do Sul, trazendo prejuízo bilionário a produtores gaúchos. Até agora, 290 municípios emitiram decretos e, desses, 198 tiveram a documentação homologada pelo governo estadual. Já o governo federal reconheceu 151 situações.

Em meio a esse quadro, a Defesa Civil Estadual salientou, hoje, em entrevista ao Correio do Povo, as ações de resposta em andamento. Uma delas é o benefício a mais de 200 cidades, com investimentos aproximados de R$ 100 mil cada, por meio do programa Avançar na Agricultura, do governo estadual. O órgão também enfatiza que 819 cisternas com capacidade de 60 mil litros cada foram repassadas a 284 municípios habilitados à implantação. Os eventos hidrometeorológicos vêm sendo monitorados pela Sala de Situação, subsidiando ações da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil.

“Há agilidade nos processos de homologação e reconhecimento, para que os municípios estejam aptos a receberem ajuda auxílio estadual e federal”, assegura o coronel Marcus Vinícius Gonçalves Oliveira, subchefe da Defesa Civil gaúcha. Segundo ele, também vem sendo providenciado auxílio aos municípios, com vistorias, preenchimento de laudos e inserção de documentos no sistema para a decretação da situação de emergência.

Outra ação cumprida, e com potencial para redução de danos, é o sistema “silvipastoril”, no qual há a integração lavoura-pecuária-floresta. Por meio dele, os animais de criação, como gado, convivem no mesmo ambiente de árvores, em um sub-bosque, permitindo que pastagens cresçam mesmo durante a seca. O trabalho é desenvolvido em propriedades rurais em parceria entre a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Embrapa e Emater.

A Defesa Civil ainda reforça que o governo, ao qual está subordinada, trabalha na construção de convênio para a perfuração de poços em todas as regiões. As prefeituras devem aderir para receber o valor à execução do trabalho. Também já entraram em funcionamento 50 estações do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro), cuja função é auxiliar no monitoramento da seca. “Com uma série maior de dados, essas informações entrarão em modelos de tempo e clima que fazem a previsão diária e sazonal”, comenta Oliveira.