Contas em atraso crescem em janeiro mas diminui percentual de famílias endividadas

Cenário consta da pesquisa divulgada pela Fecomércio-RS nesta quarta-feira

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A edição de janeiro da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência (PEIC-RS) divulgada pela Fecomércio-RS nesta quarta-feira, dia 15, registrou um percentual de 90,6% de famílias gaúchas endividadas. Esse valor foi menor que o do mês anterior (92,2% em dezembro de 2022) e também inferior ao do mesmo período de 2022 (91,9% em janeiro de 2022).

Apesar do arrefecimento do indicador desde o pico da série (96,5% em abril de 2022), o nível de famílias endividadas segue muito elevado em termos históricos, com percentual que registra 91,2% no grupo de famílias com renda até dez salários mínimos por mês e 87,9% para famílias com renda maior que dez salários mínimos.

O percentual de famílias com dívidas em atraso – que vinha em trajetória de queda depois do pico atingido em julho de 2022 (40,6%) em linha com o avanço do emprego em 2022, o suporte dado pelas transferências governamentais e o alívio inflacionário concentrado no terceiro trimestre – voltou a aumentar em janeiro de 2023, passando de 36,1% em dezembro de 22 para 36,4% agora em janeiro.

O aumento pequeno no indicador, no entanto, teve influência do resultado das famílias com renda maior que dez salários mínimos, que ainda assim registraram 13,1% em janeiro (10,2% em dezembro passado). Por outro lado, nas famílias com renda menor que dez salários mínimos, o indicador de contas em atraso teve leve queda, passando de 42,5% em dezembro para 42,2% em janeiro, seguindo em patamar elevado.

Segundo o presidente da Fecomércio-RS, Luiz Carlos Bohn, apesar do quadro, outros indicadores não deixam dúvida de que, apesar da dificuldade, o empenho para pagar e não perder o controle das dívidas atrasadas segue presente. O percentual de famílias que não terão condições de quitar nenhuma parte de suas dívidas atrasadas dentro do prazo de 30 dias atingiu um dos menores valores em termos históricos, 2,1%.

“O crédito caro e o comprometimento da renda com dívidas impacta diretamente a capacidade de consumir das famílias e, portanto, as vendas do varejo e dos serviços. Apesar do quadro desafiador do endividamento, a PEIC segue mostrando esforço grande das famílias para pagar as contas atrasadas e, com isso, tentar manter o acesso ao crédito”, comentou Bohn.