Uma boa notícia para as classes de renda mais baixa. O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revela que, em janeiro de 2023, à exceção das classes de renda média-alta e alta, todas as demais registram desaceleração da inflação na comparação com dezembro de 2022. Em termos absolutos, as faixas de renda muito baixa e baixa foram as que apontaram a menor taxa de inflação em janeiro (0,47%), enquanto a maior taxa foi verificada no segmento de renda média-alta (0,59%).
Com a incorporação deste resultado, no acumulado em 12 meses até janeiro, as famílias de renda média-baixa apresentaram a menor alta inflacionária (5,53%) e o segmento de renda alta foi o que apontou a taxa mais elevada no período (7,05%). No caso das famílias com renda muito baixa, a alta da inflação nos últimos doze meses é de 6,18%.
Os pontos de maior pressão inflacionária em janeiro, vieram dos grupos alimentação e bebidas, transportes e comunicação, ainda que com intensidades distintas. No caso dos alimentos, mesmo diante da queda de preços das carnes (-0,47%) e de aves e ovos (-1,2%), a alta dos cereais (3,5%), das hortaliças (6,4%) e das frutas (3,7%) e os reajustes dos produtos da cadeia do trigo – farináceos (0,98%) e panificados (0,55%) – explicam o impacto deste grupo para a inflação em janeiro, especialmente para as famílias de menor renda.
Em relação aos transportes, o aumento das tarifas dos ônibus urbano (0,91%) e interestadual (2,1%) e a elevação da gasolina (0,8%) foram os principais focos inflacionários, em janeiro, para as classes de renda mais baixa. Já para a faixa de renda mais alta, a queda das passagens aéreas (-0,51%) e dos transportes por aplicativo (-17%) ajudou a reduzir o impacto provocado pela alta dos combustíveis e das despesas de emplacamento, seguro e manutenção veicular. Já a pressão vinda do grupo comunicação decorre dos reajustes dos planos de assinatura de TV (11,8%) e dos combos de TV, telefonia e internet (3,2%).