O pagamento do auxílio emergencial em 2022, que contribuiu com uma renda extra para a classe média, não amenizou a desigualdade de renda no Brasil durante a pandemia. É o que retrata o estudo Mapa da Riqueza, preparado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) ao apontar que a desigualdade de renda no país é maior do que a calculada com os dados de renda do IBGE, coletados nas Pesquisas por Amostra de Domicílio (Pnad).
O índice que mede a desigualdade de renda chega a 0,7068 em 2020, contra 0,7066, bem acima dos 0,6013 calculado apenas com a Pnad, quando mostrava uma queda ante 0,6117 do ano anterior. O mapa mostra que as perdas dos mais ricos (dos 1%+ foi -1,5%) foram menos da metade das da classe média (-4,2%), a grande perdedora da pandemia.
Os dados do estudo mostram, no entanto, que uma grande parte da população não chega nem mesmo a alcançar renda suficiente para declarar o imposto de renda. Em 24 das 27 unidades da federação e 16 das capitais brasileiras, 80% ou mais da população não fez a declaração, mostrando que tem renda menor do que R$ 2 mil.