‘Operação Tabajara’, declara Moraes, sobre suposta tentativa de gravação

Declarações foram dadas na manhã desta sexta, durante participação do ministro em conferência que ocorre em Lisboa

Foto: Nelson Jr. / SCO / STF

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse, nesta sexta-feira, durante um evento com empresários em Lisboa, que o suposto plano para gravar conversas comprometedoras dele para anular as eleições se tratou de uma “tentativa de operação Tabajara, que mostra exatamente o ridículo a que nós chegamos na tentativa de um golpe no Brasil”.

Moraes afirmou ainda que, ao ouvir o relato do senador Marcos do Val (Podemos-ES), propôs ao parlamentar um depoimento, na mesma hora, mas teve a sugestão negada. O ministro disse também que as investigações sobre os financiadores dos atos do dia 8 de janeiro seguem avançando.

O senador Marcos do Val disse a jornalistas, nessa quinta-feira, que o ex-deputado federal Daniel Silveira havia pedido a ele para gravar Moraes, a fim de obter alguma declaração sugerindo parcialidade na atuação do ministro. A ideia era, supostamente, tirar Moraes da presidência dos inquéritos sobre os atos contrários à Constituição, além de anular a última eleição presidencial.

“A ideia ‘genial’ que tiveram foi colocar escuta no senador, para que o senador, que não tem nenhuma intimidade comigo, pudesse me gravar. E, a partir dessa gravação, pudesse solicitar a minha retirada da presidência dos inquéritos”, afirmou Moraes durante o evento.

O ministro disse ter perguntado ao senador se ele pretendia depor oficialmente e, diante da negativa, agradeceu e se retirou. “Até porque o que não é oficial, para mim, não existe”, disse Moraes. “Foi exatamente essa tentativa de uma operação Tabajara, que mostra exatamente o ridículo a que nós chegamos na tentativa de um golpe no Brasil”, completou.

Moraes garantiu ainda que o caso está sendo apurado. “Nós temos já apurações adiantadíssimas em relação aos financiadores, aos grandes financiadores. Isso já vinha sendo investigado desde o ano passado. […] Lamentavelmente, nós temos uma parte da elite que flertou com o golpe durante quatro anos. E, a partir do ano passado, financiou essa tentativa de golpe. As investigações estão chegando a esses financiadores e às autoridades públicas que, de forma covarde, dolosamente, ou se omitiram ou foram coniventes com a tentativa de golpe”, completou o ministro do Supremo Tribunal.