Americanas avisa clientes sobre fim de compras pelo telefone

Decisão é uma das medidas tomadas para reestruturar a empresa e equilibrar as finanças após o rombo de R$ 41 bilhões

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A Americanas encerrou o serviço de televendas, em meio a uma crise financeira que levou ao pedido de recuperação judicial. A dívida reportada pela empresa à Justiça é de R$ 41 bilhões. As informações foram divulgadas pela Agência Estado (AE).

A decisão de encerrar o serviço de televendas é uma das medidas tomadas para reestruturar a empresa e equilibrar as finanças após o rombo reportado no começo do ano por Sergio Rial, que renunciou após dez dias como CEO ao encontrar o que chamou de “inconsistências contábeis”.

Quem tenta ligar para a Americanas para fazer uma compra ouve uma mensagem que informa sobre o fim do serviço e direciona o consumidor a procurar o site ou o aplicativo da empresa.

Segundo Fernando Ferrer, analista da Empiricus Research, o fim do serviço de televendas e o encerramento de contratos com terceiros guarda relação com a falta de caixa da empresa, agravada pela disputa judicial com os bancos.

Para Ferrer, a varejista precisa de uma injeção de capital dos acionistas de referência, Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, para manter minimamente a normalidade das operações.

Procurada, a Americanas informou que o fim do serviço de televendas é uma consequência do encerramento com contratos de serviços especializados. Nessa terça, a companhia encerrou contratos com 50 prestadores de serviços de tecnologia em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre. A empresa soma 45 mil funcionários, mas o número sobe para cerca de 100 mil quando considerados também os trabalhadores indiretos.

Recuperação judicial

Após a abertura do processo de recuperação judicial e a análise do juiz, a empresa agora elabora um plano de pagamento a ser votado pelos credores. A aprovação do plano requer que a empresa honre as dívidas conforme o contrato, bem como novos débitos. A partir desse momento, a empresa pode ter dois destinos: ou cumpre o plano e sai da recuperação judicial, ou vai à falência a pedido dos credores na Justiça.

Para levantar capital nessa fase de elaboração do plano vale propor medidas como o fechamento de lojas, a redução no número de funcionários e a venda de ativos, como marcas, unidades de negócios ou imóveis.