Incerteza da economia aumenta com indefinições do governo Lula

Resultado negativo ocorre com "possíveis implicações sobre o direcionamento da dívida pública e da inflação", afirma FGV

Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil

As discussões sobre a política econômica efetiva a ser adotada ao longo do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva resultaram na quarta alta consecutiva do IIE-Br (Indicador de Incerteza da Economia).

Segundo dados divulgados nesta terça-feira (31) pela FGV (Fundação Getulio Vargas), o indicador que mede a desconfiança do ambiente de negócios aumentou 0,6 ponto em janeiro, para 113,3 pontos, o maior nível desde agosto do ano passado (116,6 pontos).

Anna Carolina Gouveia, economista do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia), observa que o resultado negativo ocorre com “possíveis implicações sobre o direcionamento da dívida pública e da inflação”.

“Vale citar que nos dias seguintes ao 8 de janeiro, quando os edifícios do Congresso, STF e Palácio do Planalto foram invadidos por manifestantes, o nível de incerteza chegou a subir ainda mais para depois recuar um pouco. O IIE-Br inicia o ano em patamar elevado de incerteza e não dá sinais de convergência para níveis mais confortáveis no curto prazo”, afirma ela.

No primeiro mês do ano, o componente de mídia subiu 3,7 pontos, para 113,8 pontos, o maior nível desde agosto de 2022 (115,1 pontos) e contribui positivamente em 3,2 pontos para o índice agregado.

Na contramão do número negativo, o índice de expectativas, que mede a dispersão nas previsões de especialistas para variáveis macroeconômicas, caiu 11,9 pontos, para 106 pontos. Trata-se do menor patamar desde novembro (105,1 pontos).