Começa nesta terça-feira, 31, a primeira reunião do ano do Comitê de Política Monetária (Copom). É também a primeira reunião do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em que os dirigentes do Banco Central vão decidir os próximos passos da política monetária brasileira e o futuro da Selic. A decisão será divulgada na quarta-feira, 1, depois do fechamento do mercado financeiro.
A projeção do mercado é que a autoridade monetária deve manter a taxa básica de juros em seu atual patamar, de 13,75% ao ano. A principal aposta no mercado é de quando o Banco Central deve começar a reduzir a Selic a partir de agosto, demorando este período para entender a dinâmica da inflação e do juro sob a administração petista.
Nesta segunda-feira, o Banco Central divulgou o Relatório Focus com as estimativas de mais de 100 instituições financeiras na semana passada sobre as projeções para a economia. Analistas destacaram no Relatório Focus que, pela sétima vez consecutiva, a inflação deste ano deve chegar a 5,74%, sendo que a meta central de inflação foi fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e será considerada formalmente cumprida se variar 1,75% e 4,75%.
Entre os fatores que poderão impactar, no começo do segundo semestre, uma redução da taxa básica de juros no país estão retorno da cobrança dos impostos federais, em março, sobre combustíveis, o que pode ter um impacto de até 0,7 ponto percentual para cima na inflação do mês. Além disso, o aumento de despesas do governo com a PEC da Transição abriu espaço para o governo eleito aumentar os gastos públicos.
Também devem pesar na decisão a definição do novo arcabouço fiscal para controle da dívida pública e o reflexo, no mercado internacional, da reabertura da China e a retomada da demanda por matérias-primas em diversos países.
