Minutos antes de ingressar na reunião do Fórum de Governadores com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, falou sobre as principais pautas do encontro. Para o gaúcho, é preciso discutir a recuperação de recursos aos Estados.
“É importante destacar o chamamento de governadores para discutir temas. De fato, nos quatro anos anteriores, não houve isso. O Brasil é a soma das partes e por isso é importante que haja diálogo interfederativo. E, neste momento, o que é crítico para os estados é a recomposição das receitas. Nós saudamos a iniciativa de falarmos sobre obra, mas é fundamental que falemos sobre as questões estruturais. Não adianta de um lado nós termos obras acontecendo e de outros os governos impossibilitados de arcar com as contas básicas”, argumentou.
Questionado sobre um possível temor pela morosidade do governo federal, uma vez que o PSDB não integra a base do governo, Leite negou essa hipótese e revelou a torcida de que Lula olhe o País como um todo. “A minha expectativa é de que o presidente transcenda essas questões partidárias e posições ideológicas. Todos os governadores aqui estão vindo sem olhar o partido do presidente da República. Eu administro para brasileiros que vivem no Rio Grande do Sul e o Lula faz o mesmo, então por isso que temos que puxar o barco para o mesmo lado”, disse.
Leite aproveitou o contato com os jornalistas para defender uma Reforma Tributária. “É um tema complexo. Os governadores têm a compreensão de que é importante entender a lógica tributária que nós temos no Brasil hoje. A receita dos estados e do ICMS dentro da nova economia acaba impactando nos serviços, então a gente precisa reorganizar o sistema tributário, que atualmente pune a produtividade do País. Ele acaba retirando energia de empresários e empreendedores na geração de novos negócios”, explicou.