Mais da metade dos autônomos do país estava, em dezembro, com a carteira assinada antes de começar a trabalhar por conta própria. A projeção é da segunda edição da Sondagem do Mercado de Trabalho, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), que ouviu cerca de 2 mil pessoas com mais de 14 anos.
De acordo com os resultados, 57,1% dos trabalhadores por conta própria (com ou sem CNPJ) estavam em um emprego com carteira assinada antes de migrar para o mercado informal. Outros 15,9% estavam desempregados e 16% trabalhavam sem CLT.
Além disso, apenas 33,5% dos entrevistados disseram que sempre trabalharam por conta própria. Essa tendência é maior entre as mulheres. Segundo os pesquisadores, 37,8% delas sempre trabalharam como autônomas enquanto o percentual é de 29,3% entre os homens. Em relação às motivações, 32,1% diz que migrou para o trabalho por conta própria para repor a renda devido ao desemprego e, na sequência, apareceram fatores como independência (22,9%), flexibilidade de horário (13,6%) e necessidade de renda extra (12,3%).
Apenas 1/3 dos trabalhadores por conta própria afirmam terem sempre pertencido a essa categoria. A proporção de trabalhadores que sempre foi conta própria é maior entre trabalhadores com menor nível de escolaridade, alcançando 34,4% entre os trabalhadores com ensino fundamental; 36,1% entre aqueles com ensino médio; e caindo a 28,1% para quem possui ensino superior.
O desemprego foi apontado como a principal razão para a escolha do trabalho por conta própria por 37,5% das pessoas das pessoas com renda de até dois salários mínimos. Os outros motivos listados por esse público são a independência (20,8%), a necessidade de uma fonte de renda extra (15,8%) e a flexibilidade de horário (12,1%).
Entre aqueles que recebem mais de dois salários mínimos, a independência apareceu em primeiro lugar, com 34,5%. Depois, vêm a flexibilidade de horário (20,4%), o desemprego (13,4%) e a oportunidade de começar um negócio próprio (11,9%).