Chanceler alemão vai ser o 1º chefe de estado a visitar Lula; pauta é Mercosul

Encontro ocorre na segunda-feira, 30, no Palácio do Planalto

Foto: Reprodução/Twitter

O imbróglio em torno do acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, que persiste há quatro anos, deve ser o principal assunto da reunião entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o chancelar da Alemanha, Olaf Scholz. O primeiro-ministro alemão visita o Brasil na segunda-feira, 30, para um encontro com o alto escalão do governo brasileiro no Palácio do Planalto, onde devem ser discutidas as relações sociais e econômicas entre os dois países.

O processo de ratificação do tratado de livre comércio entre os dois blocos econômicos parou em 2019, diante das elevadas taxas de desmatamento e devastação do meio ambiente apresentadas pelo governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Declarações do ex-ocupante do Planalto, incluindo ataques às potências europeias, em especial à França de Emanuel Macron, também foram fatores determinantes para a paralisação das negociações.

Com a volta de Lula ao Executivo federal, os líderes da União Europeia demonstraram interesse em retomar as discussões sobre o acordo, que ainda precisa ser assinado e homologado para começar a valer. O tratado está no centro da agenda internacional do petista. Nas primeiras viagens oficiais ao exterior, com passagens pela Argentina e pelo Uruguai, Lula enfatizou aos aliados do Mercosul que a prioridade governo brasileiro é finalizar o acordo com os europeus.

Na passagem pelo Uruguai, Lula disse ser “urgente e necessário” que o Mercosul feche definitivamente o acordo com a União Europeia. O presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, discute com autoridades chinesas um tratado bilateral amplo, fora do Mercosul, que é visto com preocupação pelos demais integrantes do bloco sul-americano. Lula, em resposta, defende finalizar o quanto antes a parceria com os europeus para fortalecer a aliança comercial entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai.

Além do acordo Mercosul-União Europeia, Lula deve discutir com Scholz a retomada dos investimentos alemães no País, com as que eram feitas por meio do Fundo Amazônia. Durante o governo Bolsonaro, os alemães pararam de repassar recursos ao fundo de preservação do bioma e enfrentamento ao desmatamento. A troca de comando no governo brasileiro levou o presidente da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, anunciar, já no segundo dia do mandato de Lula, o fornecimento de 35 milhões de euros para a proteção da região amazônica.

*Com informações da Agência Estado (AE)