Ações da Petrobras caem até 2,75% com Prates na presidência da estatal

Ibovespa fechou quase estável, com os papéis de Vale e siderúrgicas fazendo contrapeso

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

As ações da Petrobras fecharam o dia entre as maiores quedas da B3, a bolsa de valores de São Paulo. As perdas ocorreram após Jean Paul Prates ter o nome aprovado, por unanimidade, como novo presidente da empresa.

Os papéis ordinários da estatal brasileira tiveram queda de 2,63%, com preço de R$ 29,62. Já as ações preferenciais também caíram 2,75%, a R$ 26,20.

O Ibovespa fechou quase estável, após renovar a máxima do ano perto de 115 mil pontos, com a queda das ações da Petrobras pesando após eleição do novo presidente da estatal, enquanto os papéis de Vale e siderúrgicas fizeram contrapeso.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,02%, a 114.244,79 pontos, de acordo com dados preliminares. O volume financeiro superou R$ 20,2 bilhões.

“Política de governo”

Prates se licenciou do cargo de senador pelo PT nesta semana. Como parlamentar, chegou a propor um fundo para utilizar o dinheiro pago pela Petrobras aos acionistas e outros recursos para estabilizar o preço dos combustíveis. Hoje, os valores são atrelados ao preço no mercado estrangeiro.

A política de preços é um dos pontos sensíveis da empresa, na avaliação de Prates. Durante os trabalhos na equipe de transição, ele afirmou que a metodologia deve ser uma política de governo, e não de Estado.

A Petrobras adota o modelo de PPI (Preço de Paridade Internacional), fazendo com o que o preço da gasolina, do etanol e do diesel acompanhe a variação do preço do barril de petróleo no mercado internacional.

Nomeação

O conselho de administração da Petrobras aprovou a nomeação de Prates, por unanimidade, nesta quinta. Agora, o nome precisa ser validado pela assembleia-geral de acionistas, que deve ser convocada com um mês de antecedência. Além da presidência, Prates deve integrar o conselho de administração da Petrobras.

O político assumiu como senador pelo PT do Rio Grande do Norte em 2019, quando a então senadora Fátima Bezerra tomou posse como governadora. Ele era suplente da petista, eleita senadora em 2014. Prates não concorreu nas eleições de 2022 e, portanto, o mandato dele termina em 31 de janeiro deste ano.

Lula confirmou a indicação de Prates à presidência da Petrobras em 30 de dezembro. Advogado e economista, ele acumula quase 30 anos de experiência no setor de petróleo e gás, tendo sido consultor antes de seguir a carreira política.

Formado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Prates é mestre em Economia e Gestão de Petróleo, Gás e Motores pelo Instituto Francês do Petróleo (IFP School) e mestre em Política Energética e Gestão Ambiental pela Universidade da Pensilvânia.