Denunciado segurança que matou jovem em saída de festa em Xangri-lá

Ex-PM Rogério Farias Camargo, de 57 anos, vai responder na justiça pelo assassinato de Renan de Oliveira Rosa

Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ex-PM Rogério Farias Camargo, de 57 anos, vai responder na justiça pelo assassinato de Renan de Oliveira Rosa, ocorrido em 14 de janeiro em frente ao Food Park “Las Ramblas”, em Xangri-Lá, no litoral Norte. Denunciado pelo Ministério Público Estadual, Camargo virou réu, nesta quarta-feira, pelos crimes de homicídio qualificado (motivo fútil e mediante recurso que impossibilitou a defesa da vítima) além do porte ilegal de arma de fogo.

O delegado responsável, Roland Alexander Short, declarou, à Rádio Guaíba, que o crime ocorreu após um desentendimento envolvendo amigos da vítima, moradores de Osório, e outros jovens no local. Seguranças apartaram a confusão e acompanharam o grupo de Renan até um estacionamento. Após o jovem entrou em um veículo, mas o ex-PM o retirou para fora e o atingiu com um golpe de canivete na barriga. A vítima chegou a ser encaminhada ao Hospital Santa Luzia, onde morreu em razão da gravidade das lesões.

O promotor de Justiça Sávio Vaz Fagundes explicou que o delito teve motivo fútil, uma vez que a ação violenta do acusado decorreu de uma discussão entre os seguranças do local, Renan e os amigos dele, que saíam de uma festa. Também entendeu que o acusado agiu mediante recurso que impossibilitou a defesa do jovem, desarmado.

O segurança admitiu a autoria do crime, conforme o policial, após ter sido confrontado com imagens mostrando o trajeto entre o complexo de bares e o estacionamento. Segundo o delegado Roland Short, o preso alegou ‘ter perdido a cabeça’ e não soube explicar a razão da facada. Em revista pessoal, foram localizados com ele um revólver calibre .32 com numeração suprimida, 18 munições de arma de fogo e o canivete utilizado no crime.

A Polícia Federal divulgou uma nota, na quinta-feira, afirmando que o ex-PM não tinha capacitação, nem o devido registro, para atuar como vigilante. O grupo Elite, contratado pelo complexo gastronômico, também não é autorizado a atuar no ramo de segurança privada pela Delegacia de Controle da Segurança Privada (DELESP).

Conforme informações da Record-RS, o réu já havia sido afastado da Brigada Militar, em 2002, por indisciplina. Camargo tinha antecedentes por sequestro, cárcere privado, lesão corporal e roubo a estabelecimento comercial.

Em nota, o Las Ramblas lamentou o ocorrido e informou ter enviado todas as imagens de câmeras de segurança do local à delegacia do município.