O dia 22 de janeiro marca a data do nascimento de Leonel Brizola. Estivesse vivo, o líder tabalhista completaria neste domingo 101 anos. Como forma de manter viva a memória do político fundador do PDT, o partido organizou neste sábado uma homenagem junto à estátua localizada entre a Catedral e o Palácio Piratini, em Porto Alegre. O ato contou com a presença do presidente nacional da sigla, o ministro da Previdência, Carlos Lupi, da deputada estadual Juliana Brizola, e do deputado federal reeleito Pompeo de Mattos, além de outros militantes.
Neta de Brizola, Juliana ressaltou que os recentes atos extremistas contra os Três Poderes, em Brasília, no dia 8 de janeiro, aumentaram a importância de eventos simbólicos como esse. “Acho que é sempre importante relembrar Leonel Brizola por sua história, sua coerência política, sobretudo neste momento. Brizola defendeu a legalidade daqui deste palácio. Sua grande arma foi o microfone de uma rádio, de um porão”, lembrou a parlamentar.
A referência é à requisição da Rádio Guaíba por Brizola, que a instalou nos porões do Palácio Piratini, criando a Rede da Legalidade, em 1961. A cadeia de 104 emissoras serviu para mobilizar a população e barrar a tentativa de golpe dos ministros de Jânio Quadros, que havia renunciado à presidência da República, e a posse do então vice João Goulart.
Para a deputada, o país hoje enfrenta algo parecido com aquela época e resgatar a memória do avô é defender o estado democrático de direito”. “Um povo que não conhece muito bem a sua história tende a repetir de forma equivocada”, afirmou, criticando a anistia aos artífices do golpe militar que ocorreria alguns anos depois, em 1964. “Não é revanchismo, mas é importante qua se aprenda que tortura e perseguição política não pode ser feita. E principalmente que se respeito o voto popular”, disse.
Lupi: elogios ao STF
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, foi na mesma linha, fazendo analogia da legalidade com a “luta para defender a Constituição e lei”. O ministro da Previdência do governo de Lula (PT) disse acreditar que as ações “enérgicas” da Justiça, com prisões de envolvidos nos atos golpistas em Brasília, bloqueios de recursos de patrocinadores e futuras condenações devem evitar que esse movimento se alastre ao longo do atual governo. Lupi ainda elogiou o trabalho do Supremo Tribunal Federal, classificando-o como “exemplar”.
Lupi ainda afirmou que, como presidente da sigla, posição que ocupa desde 2004, com a morte de Brizola, trabalha com outos partidos a criação de fórum permanente em defesa da democracia. “Repito sempre que a democracia é que nem o ar, o oxigênio. Ninguem toca, ninguem vê, mas ninguém vive sem”, disse antes da homenagem. O trabalhista ainda lembro que o ato estava sendo realizado na data do aniversário de Neusa Goulart Brizola, esposa do líder trabalhista, falecida em 1993, a quem chamou de “heroína” e fez questão de ressaltar a importância da atuação ao lado do marido.