Perícia particular aponta morte por estrangulamento de ex-marido de Alexandra Dougokenski

Justiça determinou reabertura da investigação sobre a morte de José Dougokenski

Foto: Juliano Verardi/TJRS

Uma perícia particular embasa o pedido aceito pela Justiça de Farroupilha, na Serra gaúcha, para reabrir a investigação sobre a morte de José Dougokenski, ex-marido de Alexandra Dougokenski. O crime aconteceu em 2007 e, inicialmente, a Polícia tratou o caso como suicídio. O processo sobre a morte de José, pai do filho mais velho de Alexandra, havia sido reaberto, em 2021, a pedido do Ministério Público do RS (MPRS). Na noite dessa quarta-feira, um júri popular condenou a mulher a 30 anos e 2 meses de prisão pela morte do filho Rafael. A família de José, que contratou o laudo, vê semelhanças entre as duas mortes.

A advogada Maura Leitze, que representa os parentes, lembra que os clientes nunca se conformaram com o veredito de suicídio. “Quando tivemos o episódio da morte do Rafael, a família viu a repetição exata de tudo o que aconteceu com o José. Exatamente como se estivesse revivendo tudo”, salienta. Após a morte de José, Alexandra passou a receber uma pensão no valor de R$ 2 mil. “O juiz determinou que o inquérito seja baixado novamente para investigação da Polícia Civil”, observa.

Conforme Maura, pelo menos 15 testemunhas devem depor novamente. À época, Alexandra não chegou a ser ouvida como suspeita mas, agora, figura nessa condição. “Ela teria dito na época que encontrou o marido morto e teria pedido socorro para a Brigada Militar pelo número 190, algo que nunca foi confirmado”, relata Maura. José teve o corpo encontrado em 5 de fevereiro de 2007.

A perícia particular apontou inconsistências na investigação. Conforme o laudo, as marcas no pescoço de José não eram compatíveis com as marcas de enforcamento, mas com estrangulamento. Maura sustenta que, entre as mortes de José e de Rafael, há compatibilidade de 95% no modus operandi.

“É como se estivéssemos fazendo uma análise de um crime em série, a mesma forma, o mesmo objeto, a mesma reação (de Alexandra), mesmo local. As duas vítimas ingeriram substância que as deixaram com capacidade reduzida. Tudo vai se repetindo”, compara. Segundo Maura, a perícia apontou presença de álcool etílico no organismo de José. “Não há possibilidade de aquele episódio se tratar de suicídio pela forma como a corda ficou no pescoço”, reforça.

O advogado Jean Severo, que atua na defesa de Alexandra, frisa que o Instituto-Geral de Perícias (IGP) já confirmou que José cometeu suicídio. “Isso é uma perda de tempo e gera gastos para o erário público. Algumas pessoas quiseram se aproveitar desse momento da Alexandra para conseguir alguma mídia em cima disso, lamentavelmente. Temos certeza de que não vai dar em nada isso”, garante.