O juiz Paulo Assed Estefan, da 4ª Vara Empresarial da Comarca do Rio de Janeiro, aceitou nesta quinta-feira o pedido de recuperação judicial da Americanas. Na petição encaminhada à Justiça também nesta quinta, a empresa alega ter dívidas de R$ 43 bilhões entre cerca de 16,3 mil credores.
A decisão ocorre após a empresa anunciar, em 11 de janeiro, que encontrou inconsistências contábeis de R$ 20 bilhões ligadas à conta de fornecedores. Em paralelo, o presidente-executivo, Sérgio Rial, deixou a companhia, apenas dez dias depois de ter assumido o cargo.
A decisão do juiz estabelece que a lista completa dos credores seja entregue em 48 horas.
Entenda
Por meio da recuperação judicial, uma empresa em dificuldades financeiras consegue obter um prazo, sem a cobrança de dívidas, para tentar se recuperar e evitar a falência. O pedido de recuperação da Americanas envolve cifras que o põem entre um dos quatro maiores da história do Brasil.
Com o pedido de recuperação judicial, a empresa busca sobrevivência, tendo como principal foco o pagamento de impostos e a manutenção dos empregos que gera. O plano de recuperação, apresentado na petição, deve ser aprovado por 50% dos credores, e mesmo os que não concordarem terão de se submeter a ele. Caso o plano não seja aceito, pode ser decretada a falência da companhia.
Grupo
O Grupo Americanas é composto pelas empresas Americanas S.A., B2W Digital Lux e JSM Global. Elas são responsáveis por marcas como Lojas Americanas, Americanas.com, Submarino, Shoptime e Hortifrutti. Segundo a petição apresentada, juntas, elas atingem mais de 50 milhões de consumidores.