Endividamento atinge 77,9% das famílias brasileiras e bate recorde em 2022, diz CNC

Inadimplência teve crescimento de 3,7 pontos percentuais em relação a 2021

Foto: MARCELLO CASAL - AGÊNCIA BRASIL

O endividamento das famílias bateu recorde em 2022, com 77,9% delas se declarando endividadas, alta na parcela de endividados de sete pontos percentuais em relação a 2021 e de 14,3 pontos em relação a 2019, ano anterior a pandemia. O cenário consta da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) anual divulgada nesta quinta-feira, 19, pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).

Já a inadimplência também chamou a atenção na pesquisa. Em 2022, houve crescimento de 3,7 pontos percentuais em relação a 2021, o que corresponde que, a cada dez famílias, três atrasaram algum pagamento, maior valor desde o início da pesquisa. Além disso, segundo a CNC, o perfil da pessoa endividada é mulher, com menos de 35 anos e Ensino Médio incompleto, moradora das regiões Sul ou Sudeste, com rendimento familiar de até 10 salários-mínimos. Também segundo a CNC, o perfil do inadimplente também é mulher com Ensino Médico incompleto. Nesse caso, no entanto, com mais de 35 anos, na faixa menor de renda e moradora do Norte ou Nordeste.

Conforme a CNC, o superendividamento também registrou a maior proporção desde o início do levantamento, com 17,6%. De acordo com a CNC, a cada 10 famílias com a renda mais baixa, duas comprometem mais da metade da renda mensal para o pagamento das dívidas. Já entre aqueles com maiores salários o índice cai pela metade.

O endividamento é considerado a partir do momento em que o consumidor assume o pagamento futuro de um débito, por meio de cartão de crédito ou carnê, e não negativa o nome do devedor. Já a inadimplência diz respeito ao de atraso do que é devido dentro do prazo acordado.

O cartão de crédito continuou como modalidades mais citadas de dívida, ainda segundo levantamento da entidade, sendo mencionada por 86,6%, um grande avanço ante 2012 (75,2%).