Os motoristas de aplicativos poderão ter encaminhadas as suas reivindicações trabalhistas. Pelo menos foi a possibilidade que surgiu ao final do encontro entre o presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e representantes das centrais sindicais. O presidente defendeu um sistema de seguridade social que inclua todos os trabalhadores, incluindo os motoristas de aplicativo.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que as condições vividas por trabalhadores de aplicativos beiram a escravidão. “Nós acompanhamos a angústia dos trabalhadores de aplicativos, que muitas vezes têm que trabalhar 14h, 16h por dia para poder levar pão e leite para casa. Isso, no meu conceito de trabalho, beira o trabalho escravo”, disse Marinho.
Para o presidente da União Geral de Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah, presente no encontro, esses “trabalhadores do aplicativo representam os miseráveis, representam uma precariedade do trabalho”.Depois do encontro, o presidente Lula assinou portaria interministerial que cria um grupo de trabalho para elaboração de projeto de lei que institui a política de valorização do salário mínimo, com prazo de 45 dias, renováveis por igual período. Outro grupo ficará responsável por dar início ao processo de regulamentação de trabalhadores de aplicativos.
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, buscou tranquilizar as empresas. “Não se assustem não há aqui nada demais a não ser o propósito de valorizar o trabalho”, afirmou. Em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial, o presidente global da Uber, Dara Khosrowshahi, reforçou, em encontro com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a importância da inclusão de motoristas e entregadores na Previdência Social, com a participação das empresas na contribuição. A falta de proteção trabalhista a esses trabalhadores tem sido tema de debate durante o encontro.
