O Índice de Desempenho Industrial gaúcho (IDI-RS), termômetro do nível de atividade do setor no Estado, voltou a crescer em novembro: 1,3% na comparação com outubro. A alta no mês recuperou parcialmente as perdas de setembro (-1,8%) e outubro (-1,5%), mantendo o índice bem acima (+12,7%) do pré-pandemia (fevereiro de 2020).
O bom resultado, divulgado pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS), foi impulsionado pelos aumentos do faturamento real (+4,9%) e das compras industriais (+4,2%) e, em menor medida, da massa salarial real (+0,3%) e da utilização da capacidade instalada-UCI (+0,4 p.p.), que atingiu 81,4%, enquanto as horas trabalhadas na produção (-1,5%) e o emprego (-0,2%) caíram, sempre em relação ao mês anterior, com ajuste sazonal.
“A atividade industrial gaúcha ainda reflete o cenário favorável que predominou na segunda metade do ano passado. A perspectiva, porém, é de instabilidade nos próximos meses, devido aos efeitos dos juros elevados, do fim do ciclo deflacionário, da falta de confiança dos empresários e da incerteza econômica diante do quadro fiscal desafiador”, ressalta o presidente da FIERGS, Gilberto Porcello Petry.
Nas comparações com 2021, o desempenho do IDI-RS segue positivo, mas já mostra alguma desaceleração. Em relação a novembro, cresceu 2,9%, na 27ª alta consecutiva nesta métrica (mesmo mês do ano anterior), reduzindo a taxa acumulada de 2022 para 4,8% (eram 5,0% até outubro). Com exceção da Utilização da Capacidade Instalada (UCI), que caiu 1,1 p.p. na comparação entre os períodos de janeiro a novembro de 2021 (média de 83% de ocupação) e 2022 (81,9%), todos os demais componentes do IDI-RS cresceram: horas trabalhadas na produção (+8,8%), faturamento real (+5,8%), compras industriais (+3,3%), emprego (+6,1%) e massa salarial real (+10,6%).
Dos 16 setores pesquisados, nove cresceram de janeiro a novembro de 2022 frente ao mesmo período de 2021. As indústrias de Veículos automotores (+18,7%), Couros e calçados (+13,4%), Máquinas e equipamentos (+9,4%) e Alimentos (+3,2%) puxaram o crescimento da atividade da indústria gaúcha em 2022, enquanto os setores de Químicos (-4,0%), Produtos de metal (-2,9%) e Móveis (-5,7%) forneceram os maiores impactos negativos.