Americanas entra com pedido de recuperação judicial e alega dívidas de R$ 43 bilhões

Na petição, varejista pede apoio e compreensão do Poder Judiciário e dos credores para superar a crise financeira

Foto: Divulgação/R7

A rede varejista Americanas apresentou, nesta quinta-feira, um pedido de recuperação judicial ao juiz da 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. Na petição, o grupo relembra a trajetória de sucesso e a importância na vida cultural do país.

No texto, a empresa alega dívidas de R$ 43 bilhões e pede apoio e compreensão do Poder Judiciário e dos credores para superar a crise.

Por meio da recuperação judicial, uma empresa em dificuldades financeiras consegue obter um prazo, sem a cobrança de dívidas, para tentar se recuperar e evitar a falência. O pedido de recuperação da Americanas envolve cifras que o põem entre um dos quatro maiores da história do Brasil.

Na petição enviada à Justiça, a companhia lembra da tentativa feita anteriormente, de buscar uma tutela cautelar, com 30 dias de proteção, que acabou sendo mal recebida pelo banco BTG – um dos principais credores do grupo.

No texto, a Americanas pondera ter tomado a atitude correta, e que os credores que a contestaram “sem pensar nos impactos para a coletividade, tomaram medidas precipitadas que culminaram no perigoso esvaziamento do caixa da companhia e, consequentemente, inviabilizaram a sua operação a curto prazo e uma solução negocial coletiva sem o remédio recuperacional.”

A empresa justifica o pedido, explicando que, mesmo sem embasamento contratual ou legal, outros antigos parceiros declararam o vencimento antecipado de obrigações da companhia, “fechando as portas para qualquer tipo de negociação amigável viável”.

A Americanas também sustenta que, em menos de uma semana, as ações do grupo tiveram uma “queda inédita de quase 80%”.

Com o pedido de recuperação judicial, a empresa busca sobrevivência, tendo como principal foco o pagamento de impostos e a manutenção dos empregos que gera. O plano de recuperação, apresentado na petição, deve ser aprovado por 50% dos credores, e mesmo os que não concordarem terão de se submeter a ele. Caso o plano não seja aceito, pode ser decretada a falência da companhia.