A Polícia Civil, em conjunto com a Polícia Federal, prendeu, nessa segunda-feira, um traficante considerado responsável por coordenar o maior esquema logístico de cocaína para a região Sul do Brasil. O homem, de 40 anos, foi capturado em um restaurante de alto padrão, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Responsável pela investigação, o delegado Gabriel Borges, detalha como o traficante ascendeu no mundo do crime. “Um homem inteligente que começou aplicando pequenos golpes. Além disso, ele tem parentesco e amizades com grande lideranças. Em razão disso, esses líderes viram potencial nele, que acabou ascendendo no crime. Como ele conseguiu habilitação para pilotar aeronaves, passou a se aventurar no tráfico de drogas internacional e passou a dominar as rotas aéreas, passando a operar com até quatro aeronaves”, disse o policial, que também destacou que o momento da abordagem foi considerado de alto risco e que os agentes precisaram vestir camisas de clubes de futebol local, já que a prisão ocorreu em um local público.
Ainda conforme delegado, o criminoso levava uma vida de luxo, sendo que morava desde o início do ano passado nos Estados Unidos.
Em Orlando, ele vivia em alto padrão. Tinha barcos de luxo, pescava em Miami, frequentando locais nobres, com presença de celebridades e artistas. Tudo isso oriundo do tráfico de drogas, embora ele tivesse constituído.
O traficante já tinha sido alvo de operações da Polícia Civil em outras oportunidades. Em 2021, ele foi alvo de uma investigação do Denarc, sendo preso por operar aeronaves que traziam cocaína ao Estado. Além disso, houve o sequestro judicial de uma dessas aeronaves.
O delegado Gabriel Borges detalhou, durante coletiva de imprensa no Palácio da Polícia, em Porto Alegre, realizada nesta terça-feira, que o criminoso coordenava o transporte de, ao menos, quatro viagens semanais, oriundas do Peru e da Bolívia, com cerca de 450kg de cocaína para o Rio Grande do Sul.
Já no ano passado, o investigado foi um dos principais alvos da operação Kraken, deflagrada pela Primeira Delegacia de Polícia de Sapucaia do Sul, em que mais de 1.300 policiais comprimiram 1.368 ordens judiciais contra a maior organização criminosa do Sul do país, na qual o investigado exerce papel de liderança. O criminoso também era considerado foragido pela Interpol.