As vendas do varejo físico brasileiro fecharam o ano de 2022 com alta de 0,9%, um enfraquecimento de 4 pontos percentuais sobre a atividade varejista de 2021, que registrou um crescimento de 4,9%. Os dados são do Indicador de Atividade do Comércio da Serasa Experian e mostram que o número é o segundo menor de toda a série histórica do índice, que teve início em 2001, e só perde para 2003 quando o marcou 0,8%.
De acordo com o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, dois fatores já esperados agiram contra a aceleração do crescimento do comércio em 2022. “A evolução expansiva da inflação e da taxa Selic ao decorrer do ano impactou quase todos os segmentos do varejo, bem como o poder de compra dos consumidores. Isso acarretou a diminuição do fluxo de caixa das empresas e, dessa forma, os lucros finais dos empreendedores”.
DESEMPENHO SETORIAL
O segmento de Veículos Motos e Peças fechou 2022 com a maior queda, de 1,8%. Em sequência registrou-se a baixa no setor de Combustíveis e Lubrificantes (-1,4%), Materiais de Construção (-1,2%), bem como Supermercados, Hipermercados, Alimentos e Bebidas (-0,8%). “É possível observar que as áreas mais afetadas foram aquelas em que o consumidor sentiu mais o encarecimento dos insumos ou necessitava de financiamentos e outras linhas de crédito para custear os gastos e, sendo assim, teria que lidar com a taxa de juros”, explica Rabi.
As únicas áreas do comércio que finalizaram o ano com alta foram os segmentos de Móveis, Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Informática (3,7%), assim como o de Tecidos, Vestuários, Calçados e Acessórios (11%). “Esses crescimentos podem ser explicados pelo fato de que os setores conseguiram se recuperar do tombo dos dois anos anteriores, em que a pandemia forçou o fechamento de lojas físicas em todo o país e impactou o volume de vendas”, finaliza o economista.
VARIAÇÃO MENSAL
A comparação mensal, entre dezembro e novembro de 2022, revelou que as vendas do varejo físico cresceram 1,0%. Nessa visão mês a mês, o setor de Materiais de Construção teve a alta mais expressiva, de 2,4%, seguido pelo de Móveis, Eletrodomésticos, Eletroeletrônicos e Informática, com 2,1%. A abaixa mais acentuada ficou para a área de Combustíveis e Lubrificantes, que caiu 1,1%.