Ao chegar hoje a Davos, na Suíça, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que leva três recados do Brasil à comunidade internacional – político, econômico e ambiental. Ele mencionou respeito à democracia, sustentabilidade fiscal com justiça social e reindustrialização com sustentabilidade ambiental.
“Recado político é a questão democrática, o compromisso do Brasil de dar suporte para essas jornadas democráticas que o mundo está vivendo, sobretudo na América do Sul, e reforçando o compromisso do Brasil com o combate a todos os tipos de extremismos”, disse Haddad ao chegar ao hotel na cidade suíça, que sedia o Fórum Econômico Mundial.
Em seguida, ao comentar sobre o recado econômico, Haddad afirmou que “o modelo de economia que defendemos” abrange responsabilidades indissociáveis, a fiscal e a social. No caso da agenda ambiental, Haddad destacou ter viajado junto com Marina Silva, ministra do Meio Ambiente, e que o objetivo é ir além da retomada do compromisso com a redução do desmatamento e o investimento em energias renováveis.
“Também na pauta do desenvolvimento, nós podemos pensar na reindustrialização do Brasil com base na sustentabilidade ambiental”, disse o ministro. Ele também frisou o impacto simbólico dos atos de vandalismo ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro, contra as sedes do Executivo, Legislativo e Judiciário. Para Haddad, a rapidez na resposta aos acontecimentos deu credibilidade ao país.
Haddad acrescentou que a reação das instituições demonstrou o compromisso do país com o resultado eleitoral, com as regras democráticas e com as liberdades individuais, respeitadas as garantias previstas na Constituição Federal.
O ministro chegou a Davos um dia depois de Marina Silva, que embarcou no sábado. Ambos terão uma agenda intensa durante o Fórum Econômico Mundial, evento que reúne chefes de Estado, ministros e a comunidade de negócios nos países mais ricos do mundo. Um encontro com a mídia internacional está marcado para quarta.
Neste ano, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, convidado a ocupar o palco principal do evento, declinou. Conforme já adiantado pelo Itamaraty, a primeira viagem internacional do mandatário vai ser para a Argentina, onde pretende lançar a mensagem simbólica de valorização da integração latino-americana.
Com o tema Cooperação em um Mundo Fragmentado, o Fórum de Davos ocorre até 20 de janeiro. O governador gaúcho Eduardo Leite também participa do evento durante a semana.