Procon questiona Americanas sobre possível impacto de rombo contábil aos clientes

Apuração de falha contábil de R$ 20 bilhões corre em sigilo na Comissão de Valores Mobiliários; empresa recupera parte das perdas na bolsa de valores

Foto: Divulgação/R7

O rombo contábil de R$ 20 bilhões comunicado pelo Grupo Americanas na última quarta-feira resultou em uma notificação do Procon-SP à empresa. O órgão de defesa questiona a varejista sobre os possíveis impactos da falha para os consumidores.

Além de informar até que ponto ficarão comprometidas as compras efetuadas pelos consumidores e detalhar quantas pessoas serão afetadas, a Americanas deve informar se as reclamações dos últimos 90 dias tiveram relação com as inconsistências contábeis.

Os problemas resultaram na renúncia do presidente-executivo da empresa, Sérgio Rial, no cargo havia menos de dez dias, e na perda de R$ 8,4 bilhões de valor de mercado da empresa após o derretimento de 77% das ações da varejista, nessa quinta-feira.

No ano passado, o grupo teve quase 9,5 mil queixas registradas por consumidores. O órgão de defesa agora cobra um plano de ação da empresa para solução dessas reclamações. A empresa recebeu prazo até o dia 17 para responder ao Procon-SP.

Nesta sexta, a Comissão de Valores Mobiliários, órgão regulador do mercado financeiro vinculado ao Ministério da Economia, anunciou um terceiro processo administrativo para apurar as condutas relacionadas à falha contábil da empresa. O processo corre em sigilo.

Ações em leve alta
Depois de desabar quase 80% na quinta-feira, as ações da Americanas (AMER3) eram negociadas em alta de quase 20%, no início da tarde desta sexta-feira. O movimento representa uma devolução da perda ocasionada pelo anúncio de uma inconsistência contábil de R$ 20 bilhões identificada no balanço patrimonial da empresa. Às 12h45min, os papéis da gigante varejista eram vendidos a R$ 3,25, valor 19,5% superior ao fechamento da véspera, quando tiveram queda de 77% ante à cotação de R$ 12 na terça-feira.