Justiça Militar apura possível registro ilegal de armas por Jefferson

Investigações encontraram dez registros do período em que ex-deputado já havia sido preso

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A 2ª Procuradoria de Justiça Militar do Ministério Público Militar (MPM) em Brasília vai investigar se houve registro de armas em nome do ex-deputado federal e ex-presidente do PTB Roberto Jefferson no sistema Sigma do Comando do Exército. A decisão da 2ª Procuradoria ocorre após investigações do Ministério Público Federal (MPF), indicando a realização dos registros em um período no qual Jefferson já havia sido preso, o que não é permitido. Conforme o MPF, dez armas foram registradas nesse intervalo.

Segundo o MPM, não há ainda resultado das investigações determinadas pela 2ª Procuradoria. Por enquanto, o órgão abriu uma notícia de fato para apurar se houve crime nos registros das armas e começou as diligências nesse sentido. Foram solicitadas informações ao Serviço de Fiscalização de Produtos Controlados da 11ª Região Militar, mas as respostas ao ofício ainda não chegaram.

Ainda conforme o MPM, se forem identificados indícios de crime militar, a Procuradoria vai solicitar a instauração de um inquérito policial militar.

A defesa de Jefferson informou à Agência Brasil que só vai se manifestar “nos autos do procedimento investigatório”.

Réu
No dia 9 de dezembro de 2022, a Justiça Federal no Rio de Janeiro aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-parlamentar, que se tornou réu por tentativa de homicídio contra policiais federais, resistência qualificada e outros crimes no dia 23 de outubro do ano passado.

Isso ocorreu quando Roberto Jefferson resistiu a uma ordem de prisão decretada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Em casa, na cidade de Comendador Levy Gasparian, no centro-sul fluminense, o ex-deputado reagiu à presença dos quatro agentes da Polícia Federal que foram ao local para cumprir o mandado de prisão.

Jefferson chegou a lançar granadas e a atirar 60 vezes com armas de grosso calibre contra os agentes. Dois policiais foram feridos pelos disparos e Jefferson só se entregou sete horas após a chegada das equipes.

Prisão
Depois de preso e de passar a noite na sede da Superintendência da Polícia Federal, na região portuária do Rio, Jefferson passou por audiência de custódia no dia seguinte, sendo levado para o presídio Pedrolino Werling de Oliveira, conhecido como Bangu 8, no Complexo de Gericinó, na zona Oeste do Rio.

O presídio é o mesmo para onde, no dia 13 de agosto do ano passado, Jefferson havia sido levado em ação que investiga atos antidemocráticos, na qual também é réu.