Ibaneis chamou extremistas de “vagabundos” e mandou “prender o máximo possível”

Governador afastado do DF enviou pedido a secretário executivo após a invasão de extremistas em Brasília, no último domingo

Foto: Divulgação / Facebook / CP Memória

Em troca de mensagens com o então secretário executivo de Segurança Pública do Distrito Federal, Fernando de Sousa Oliveira, o governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), chamou os extremistas que invadiram as sedes dos três poderes de “vagabundos”. “Coloca tudo na rua. Tira esses vagabundos do Congresso e prenda o máximo possível”, escreveu Ibaneis logo após as invasões, às 15h39min. Como o então secretário Anderson Torres havia viajado para os Estados Unidos, Oliveira era o interino da pasta.

Nas mensagens, Fernando vinha atualizando Ibaneis quanto à situação. Antes, às 13h23min, o secretário executivo, por meio de áudios, havia dito que a situação era tranquila, ao que o governador afastado responde: “Maravilha”.

Confira o conteúdo do áudio, recebido pelo R7:

“Governador, passar o último informe aqui, do meio dia, para o senhor. Tudo tranquilo. Os manifestantes estão descendo lá do SMU [Setor Militar Urbano], controlados, escoltados pela polícia. Tivemos uma negociação para eles descerem de forma pacífica, organizada, acompanhada. Toparam. Não precisou conter lá em cima os ônibus. É um ou outro ônibus que vai descer. Se descer perto da Rodoviária [do Plano Piloto], eles desembarcam na alça leste e seguem acompanhados pela Polícia Militar. Então assim, tá um clima bem tranquilo, bem ameno, uma movimentação bem suave e totalmente pacífica. Até agora, nossa inteligência está monitorando, não há nenhum informe de questão de agressividade. Esse é o último informe para o senhor. Tem aproximadamente 150 ônibus já no DF, mas todo mundo de forma ordeira e pacífica. Final do dia, final da tarde eu passo outro informe para o senhor. Abraço.”

Foto: Reprodução/R7

Troca de mensagens oficializada em cartório

No dia seguinte ao atos de vandalismo, Ibaneis oficializou em cartório a troca de mensagens com o secretário executivo. Na segunda-feira de tarde, ele pediu uma ata notarial para “constatar mensagens enviadas e recebidas pelo aplicativo WhatsApp em um aparelho celular.”

Ibaneis prestou depoimento à Polícia Federal, de forma voluntária, nesta sexta-feira, por aproximadamente duas horas. “Respondi a todos os questionamentos e espero ter deixado claro que não tive qualquer envolvimento, seja por ação ou por omissão, com os fatos ocorridos no domingo”, declarou ao R7.