A queda no preço das ações da Americanas, que nessa quinta despencaram 77% depois da descoberta de um rombo de R$ 20 bilhões no caixa da companhia no dia anterior, levou o empresário Jorge Paulo Lemann, de 83 anos, a pessoa mais rica do Brasil, a perder, em um um dia, um patrimônio de, aproximadamente, US$ 329 milhões, cerca de R$ 1,68 bilhão.
Com os sócios Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira, Lemann é dono da 3G Capital, fundada em 2004, que detém 29% das ações da varejista. Além da Americanas, a 3G investe em vários negócios, como a InBev, que controla a AmBev, a fábrica de alimentos Kraft Heinz, e as redes de fast food Burger King, Popeyes e Tim Hortons.
Telles e Sicupira vêm logo depois de Lemann na lista das pessoas mais ricas do país elaborada pela Forbes. Os bilionários são acionistas da Americanas desde os anos 1980 e, com a crise contábil da empresa, também tiveram prejuízo expressivo: a perda de Telles chegou a US$ 173 milhões, que correspondem a R$ 889 milhões, e a de Sicupira chegou a US$ 199 milhões, cerca de R$ 1 bilhão.
No ranking mundial, que é atualizado em tempo real, na tarde desta sexta Lemann aparecia na 106ª posição, com fortuna estimada em US$ 16,1 bilhões (mais de US$ 82 bilhões). Ele já recupera parte das perdas do dia anterior, quando tinha US$ 15,9 bilhões (cerca de R$ 81 bilhões), uma vez que as ações da Americanas mantêm hoje desempenho positivo na Bolsa brasileira.
Informações internas dão conta de que os três empresários não pretendem se desfazer dos papéis da companhia. Como acionistas majoritários, se quiserem, eles podem garantir o pagamento das dívidas da varejista, dizem analistas do mercado.