Caso Rafael: começa, na segunda, julgamento da mãe do menino no Norte gaúcho

Vai ser segunda tentativa de encerrar o caso que começou em maio de 2020

Foto: Arquivo pessoal/Reprodução

A juíza Marilene Parizotto Campagna, titular da Vara de Planalto, antecipou para esta segunda-feira o julgamento de Alexandra Salete Dougokenski. A mulher está presa, desde maio de 2020, pelo assassinato do filho, Rafael Mateus Winques, de 11 anos, na cidade do Norte do Rio Grande do Sul.

O júri popular – que vai apurar as responsabilidades da ré nos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver, falsidade ideológica, e fraude processual – acontece no Foro de Planalto, que vai ter circulação restrita. Como o município soma apenas 10 mil habitantes, a estrutura não é apta a receber um caso dessas proporções.

As qualificadoras apontadas pelo Ministério Público na morte do menino foram motivo torpe, motivo fútil, asfixia, dissimulação e recurso que dificultou a defesa da vítima. Ao todo, 11 testemunhas devem prestar depoimento. Três não vivem na região de Planalto. Nesses casos, a fala vai se dar por videoconferência.

O júri vai ser marcado pelo primeiro encontro entre a acusada, Alexandra, com o pai de Rafael, Rodrigo Winques. Uma acareação deve ser feita entre eles. A Justiça decidiu que as partes podem optar por ficar em silêncio, se assim desejarem. Isso porque, depois de confessar ter matado o filho, a mulher passou a culpar o ex-companheiro pelo crime. De acordo com informações prestadas pelo Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Rodrigo vai permanecer incomunicável até o interrogatório de Alexandra.

Essa vai ser a segunda tentativa de encerrar o caso, que começou em 15 de maio de 2020. Em março do ano passado, o júri popular teve de ser encerrado 11 minutos após o início. A defesa da ré deixou o local após a juíza negar um pedido de perícia em um áudio atribuído a Rafael.

O despacho que revelou a nova data do julgamento determinou, ainda, que Alexandra permaneça presa em Guaíba, na região Metropolitana de Porto Alegre, até a sentença.

Os debates do caso terão um tempo maior do que o normal. Acusação e defesa terão, cada, duas horas e meia para falar, duas horas para réplica e duas para tréplica.

Relembre o caso

Rafael Mateus Winques desapareceu em 15 de maio de 2020. O menino teve o corpo encontrado dez dias depois, em uma caixa de papelão colocada no terreno da casa vizinha ao lado da que residia com a mãe e o irmão, no bairro Medianeira, em Planalto. A perícia indicou asfixia mecânica, provocada por estrangulamento, como causa da morte.

Conforme a denúncia do MP, Alexandra matou o filho por se sentir incomodada com as negativas dele em acatar ordens e diminuir o uso do celular e os jogos online. Ainda de acordo com a acusação, a ré deu ao menino comprimidos de Diazepam e, por volta das 2h, estrangulou a criança com uma corda.