Inflação acumulada em 2022 foi maior para famílias de alta renda, diz Ipea

Indicador para renda média baixa foi 5,59%, enquanto para renda alta chegou a 6,83%

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda revela que, em dezembro, todas as classes sociais registraram aceleração da inflação. Em termos absolutos, a faixa de renda muito baixa foi a que apontou a maior taxa de inflação em dezembro (0,71%), enquanto a menor taxa foi verificada no segmento de renda alta (0,50%). O indicador foi divulgado nesta quinta-feira, 12, pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Com a incorporação deste resultado, no acumulado de 2022, todas as faixas de renda apresentaram significativa desaceleração da inflação em relação ao observado no ano anterior. De acordo com o indicador, em 2022, as famílias de renda média baixa apresentaram a menor alta inflacionária (5,59%) e o segmento de renda alta foi o que apontou a taxa mais elevada no período (6,83%).

Conforme o indicador, em dezembro as maiores contribuições à inflação vieram dos grupos saúde e cuidados pessoais e alimentos e bebidas. No caso do grupo saúde e cuidados pessoais, enquanto o principal foco de pressão para as classes de renda mais baixa foi o aumento de 3,7% dos produtos de higiene pessoal, para as famílias de renda alta pesou, sobretudo, o reajuste de 1,2% dos planos de saúde.

Já em relação aos alimentos, mesmo diante da deflação de leite e derivados (-1,7%) e das frutas (-1,6%), as altas dos cereais (4,5%), dos tubérculos (5,7%) e dos farináceos (1,4%) geraram um forte impacto sobre a inflação em dezembro, sobretudo das classes de renda mais baixa. Para o segmento de renda alta, ao contrário do verificado nas demais faixas de renda, a segunda maior contribuição à inflação em dezembro não veio do grupo alimentos e bebidas, mas do grupo despesas pessoais, repercutindo os reajustes de 0,8% dos bens e serviços de recreação.