Haddad divulga medidas de recuperação fiscal e fala sobre volta de impostos sobre combustíveis

Governo prevê déficit de R$ 231,5 bilhões em 2023

Foto: Marcelo Camargo/ABr

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta quinta-feira que o governo deve voltar a cobrar os impostos federais sobre combustíveis a partir de março. A declaração ocorreu durante o anúncio de uma série de medidas para tentar conter o déficit de R$ 231,5 bilhões nas contas do governo, previstos no Orçamento de 2023.

Segundo o ministro, o retorno parcial da cobrança dos impostos dos combustíveis deve acontecer após a posse da nova diretoria da Petrobras.

Os impostos federais sobre os combustíveis foram zerados pelo governo Jair Bolsonaro como uma forma de estancar os efeitos da inflação e da alta do petróleo. As medidas deixaram de valer no dia 31 de dezembro.

Em 1º de janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou um ato prorrogando a isenção de impostos por mais 60 dias.

Pacote para recuperação fiscal
A equipe econômica também anunciou as primeiras medidas para tentar conter as contas públicas em 2023. Foram divulgadas medidas provisórias e portarias que, segundo Haddad, vão ajudar o governo a terminar o ano com o saldo positivo de R$ 11,13 bilhões.

O anúncio teve a participação das ministras de Gestão e Inovação do Serviço Público, Esther Dweck, e do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet. Foram anunciados dois decretos e quatro medidas provisórias (MPs).

Entre as medidas, o programa “Litígio Zero” vai permitir aos contribuintes sanar tributos federais, o que deve ampliar o ingresso de recursos nos cofres do governo.

Outra ação do governo vai focar na extinção dos recursos de ofício para dívidas abaixo de R$ 15 milhões, o que vai permitir a extinção automática de quase mil processos no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), no valor de quase R$ 6 bilhões.

A volta do voto de qualidade no Carf também compõe o conjunto de medidas anunciadas pelo governo. Na prática, o governo aumenta as chances de vitória da Receita em julgamentos, o que vai ampliar a arrecadação. Atualmente, há cerca de R$ 1 trilhão em impostos sendo discutidos no Carf.