Conab corrige projeção de safra de grãos para 310,9 milhões de toneladas

Número é 1,3 milhão de toneladas inferior ao estimado em dezembro é já reflete as primeiras impressões de quebra na safra do Rio Grande do Sul em razão da estiagem

Milho primeira safra do Rio Grande do Sul deve comprometer a estimativa final de colheita no Brasil, com consolidação de perdas já acima de 50% em algumas regiões | Foto: Luiz Henrique Magnante

A escassez hídrica que vem se confirmando no Rio Grande do Sul fez com que a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), em seu 4º Levantamento da Safra de Grãos 2022/2023, divulgado na manhã desta quinta-feira, ajustasse para baixo a projeção de colheita no país. Em dezembro, a Conab estimou um volume de 312,2 milhões de toneladas colhidas na safra de verão. No levantamento divulgado hoje, a produção indicada é de 310,9 milhões de toneladas, mesmo assim, 14,5% ou 39,5 milhões de toneladas a mais que na safra passada.

Principal produto cultivado no Brasil, a projeção para soja segue em 152,7 milhões de toneladas, 22,2% a mais que na safra passada, e o desenvolvimento das lavouras é considerado bom. “Porém, principalmente no Rio Grande do Sul, a má distribuição das chuvas, tanto em volume como em regularidade, afeta o potencial das lavouras na maioria das regiões”, admite Guilherme Ribeiro, ainda na presidência da companhia.

Dentre as culturas de inverno, o destaque é para o trigo. Com a colheita encerrada, a produção do cereal atingiu um novo recorde, estimada em 9,8 milhões de toneladas, volume 27,2% acima quando comparado à safra passada. O resultado é influenciado tanto pelo crescimento da área quanto pelas boas condições climáticas que se apresentaram durante o cultivo.