Após o término do trabalho da perícia, o Supremo Tribunal Federal (STF) vai iniciar nesta quinta-feira o processo de análise dos prejuízos causados pelos extremistas durante a invasão no edifício da mais alta corte do país, na Praça dos Três Poderes, em Brasília.
O objetivo é reunir uma série de informações, de objetos destruídos a valores das restaurações, e buscar recursos para as reformas – há, inclusive, um movimento de empresas para dar suporte ao STF na reconstrução do prédio, além do orçamento da corte.
“Já foi realizada a perícia externa, 3D e com drones, e nesta tarde foi iniciado o trabalho da perícia interna”, disse o órgão à reportagem. Como apenas o edifício-sede foi vandalizado, o funcionamento dos anexos 1 e 2 não foi interrompido. A perícia foi iniciada na última segunda-feira.
As vidraças laterais do prédio foram atingidas com pedaços de madeira, pedras, mesas, cadeiras, extintores e outros objetos. Um dos vitrais, que de acordo com fontes na área de segurança do tribunal era blindado, foi arrancando inteiro da parede.
Os vândalos tentaram ainda atear fogo no gabinete da presidência do STF. Foram coletadas impressões digitais, fios de cabelo, suor e até fezes e urina, que podem ser usados na realização de exames de DNA para identificar os invasores.
Poltronas do plenário foram arrancadas, assim como câmeras de segurança e de transmissão ao vivo. Estátuas, relógios e itens históricos e culturais foram roubados ou atirados de dentro para a parte externa do prédio.
Encerrada a fase pericial, o Supremo começará a catalogar os estragos e quantificar os prejuízos, sem data prevista para a conclusão. “O edifício-sede, patrimônio histórico dos brasileiros e da humanidade, foi severamente destruído por criminosos, vândalos e antidemocratas”, disse a presidente do STF, Rosa Weber.
Durante a perícia, agentes da PF averiguaram granadas deixadas pelos vândalos. A denúncia foi feita por servidores da Corte. “No entanto, tratavam-se de granadas não letais usadas pela segurança do tribunal”, afirmou o órgão, completando que o prédio “está em condições de segurança para os servidores”.
Além do STF, o Congresso e o Planalto foram alvos de ataques. Os extremistas quebraram móveis, vidros da fachada, destruíram obras de arte e objetos históricos. Gabinetes e salas de reuniões foram invadidas e documentos roubados. Os extremistas também roubaram armas e comidas.