PGR pede abertura de inquérito sobre Ibaneis e Anderson Torres após ataques no DF

Também foram incluídos no pedido de investigação o ex-secretário de Segurança Pública interino do DF e o ex-comandante da PMDF

Foto: Sergio Almeida / CNMP / Divulgação

A vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araújo, pediu nesta terça-feira ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito sobre as condutas do governador afastado do DF, Ibaneis Rocha (MDB), do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres, do ex-secretário de Segurança Pública interino do DF Fernando Oliveira, e do ex-comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), coronel Fábio Augusto Vieira. A intenção é apurar se houve “omissão, supostamente dolosa” (ou seja, intencional) desses agentes públicos frente aos atos antidemocráticos e de vandalismo nas sedes dos três poderes ocorridos nesse domingo, em Brasília.

“Mesmo ciente do iminente risco e tendo o dever de adotar providências para evitar os fatos do dia 8, dada a pública e notória chegada de dezenas ou centenas de ônibus a Brasília conduzindo manifestantes que declaradamente afrontariam os poderes da República objetivando a ruptura do Estado de direito, a imprensa noticiou que o Governador Ibaneis Rocha, na véspera dos fatos, dia 7 de janeiro de 2023, havia liberado manifestações na Esplanada dos Ministérios”, menciona a vice-PGR.

Lindôra disse que “há indícios graves do possível envolvimento do Governador do Distrito Federal e de seus Secretários (titular e interino), bem assim do Comandante Geral da Polícia Militar, em verdadeiro atentado ao Estado democrático de direito”.

A número dois da Procuradoria-Geral da República (PGR) cita os possíveis crimes cometidos pelos extremistas no fim de semana. “Cumpre destacar que a decisão de Vossa Excelência indicou a possibilidade, a priori, da prática dos crimes de terrorismo (artigos 2ª, 3º, 5º e 6º da Lei nº 13.260/2016, associação criminosa (artigo 288), abolição violenta do Estado Democrático de Direito (artigo 359-L), golpe de Estado (artigo 359-M), ameaça (artigo 147), perseguição (147-A, § 1º, III) e incitação ao crime (artigo 286), esses últimos do Código Penal.”

Lindôra ainda pede que seja solicitado ao interventor federal no DF, Ricardo Capelli, “que preste esclarecimentos a respeito das condutas dos agentes de segurança pública do Distrito Federal”. Ela termina pedindo que a decisão sobre o pedido de investigação tenha “ampla publicidade”.