PF desmente morte de idosa em ginásio de extremistas presos no DF

Informação sobre óbito foi espalhada nas redes sociais e repercutida por deputada

FOTO: LUIZ CALCAGNO/R7

A Polícia Federal (PF) negou que uma idosa tenha morrido após ter sido detida no acampamento de extremistas no Quartel-General do Exército, em Brasília, de acordo com informações do jornal A10+. Na manhã de segunda, cerca de 1,2 mil pessoas foram retiradas do local e levadas ao ginásio da Academia Nacional da Polícia Federal, após os ataques criminosos cometidos nas sedes dos três poderes, no domingo.

A informação do suposto óbito se espalhou pelas redes sociais. A foto usada no boato, no entanto, está disponível em um banco de imagens gratuito.

O boato foi repercutido também pela deputada federal Bia Kicis (PL-DF), em discurso no plenário da Câmara dos Deputados, na noite de segunda. A parlamentar chegou a dizer que o caso tinha sido confirmado pela Ordem dos Advogados do Brasil no DF (OAB-DF), mas depois relatou que cometeu um “equívoco”.

O desmonte do acampamento de manifestantes radicais foi determinado pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. A decisão foi tomada depois que vândalos atacaram e depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).

No local, os extremistas têm acesso a água, comida, celulares e ficam com os próprios pertences. Idosos também tiveram preferência para passar pela triagem. A PF confirmou à imprensa que houve casos de mal-estar, mas que todos foram prontamente atendidos, sem maior gravidade. Tendas de saúde também foram montadas no local pelo Corpo de Bombeiros.

“A Polícia Federal informa que é falsa a informação de que uma mulher idosa teria morrido na data de hoje (9/1) nas dependências da Academia Nacional de Polícia”, diz a nota da corporação.

Na tribuna da Câmara, a deputada Bia Kicis relatou: “acabo de receber uma notícia de que uma senhora veio a óbito hoje nas dependências da Polícia Federal. Não foi nas dependências da PM, não. Falo de uma senhora a quem foi negado comida e água e que, depois de horas, e horas, e horas a fio sendo destratada e descuidada, veio a falecer”.

Em seguida, já fora da tribuna, Kicis interrompeu a sessão para dizer que a informação do suposto óbito tinha sido confirmada pela OAB-DF. “É só para falar que a OAB acabou de confirmar o falecimento da senhora que estava lá sob a custódia da Polícia Federal. Só queria confirmar porque eu disse que não tinha certeza. Era só para confirmar essa informação muito triste”, esclareceu.

Já na madrugada desta terça, Bia Kicis publicou em uma rede social que o presidente da OAB-DF negou qualquer confirmação sobre óbito entre os detidos. A deputada pediu “desculpas pelo equívoco”.