“Não vamos aceitar interferências”, avisa novo diretor-geral da PF

Em discurso de posse, Andrei Rodrigues disse que desafio da corporação passa pelo combate a fake news e ameaças à democracia

Foto: Carl de Souza

Empossado nesta terça-feira, o novo diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, citou o combate às fake news como um dos desafios da corporação na próxima gestão. “A violência virtual mostrou sua face real e se materializou perigosamente diante de todos nós. Palavras de ódio se concretizaram em ações tangíveis que ameaçaram o estado democrático de direito”, afirmou, durante a cerimônia de posse.

Ainda segundo Rodrigues, a corporação não vai tolerar pressões pessoais ou políticas na gestão da corporação. “Não permitiremos que projetos pessoais, interferências ou pressões de agentes públicos, grupos ou holofotes da mídia, pautem qualquer ação institucional”, completou.

Ele assume a corporação em meio a investigações de atos antidemocráticos, que levaram mais de 1,5 mil pessoas a serem detidas desde domingo. Na segunda-feira, cerca de 1,2 mil extremistas detidos no acampamento montado em frente ao Quartel-General do Exército, em Brasília, foram levados para a Academia da PF, nas proximidades da BR-020, para interrogatório. Eles foram alocados em um ginásio da corporação.

Perfil
Delegado federal há quase 20 anos, Andrei Rodrigues liderou a Secretaria Extraordinária de Grandes Eventos em 2016, no governo da ex-presidente Dilma Rousseff. Na última atribuição, ele era responsável por comandar a segurança do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) durante a campanha presidencial. Antes disso, o delegado conduziu a Divisão de Relações Internacionais da PF.

Em 2010, Dilma também teve o delegado como chefe de segurança durante a campanha. O novo diretor-geral da instituição é formado em Direito, com mestrado na área de segurança.

Participaram da cerimônia o ministro da Justiça, Flávio Dino, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, a ministra da Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o líder do governo no Senado, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).